sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dunga contra o dragão da maldade

 Recebi esta mensagem, mas não sei se os fatos narrados de fato aconteceram. De todo modo, há vários jornalistas, como no caso de Bob Fernandes do portal Terra, que afirmam que o técnico Dunga de fato não permitiu alguns privilégios da Rede Globo de Televisão. Dizem até que ganhando ou perdendo, Dunga sairá do comando da seleção brasileira.
 
 
DUNGA – MESMO SE PERDER DE GOLEADA,
 JÁ É UM VENCEDOR...

O Jornal O Globo em sua primeira página da edição de hoje, quarta feira 16 de junho de 2010, desce a lenha na seleção e principalmente no seu treinador.
Qual a razão dessa súbita mudança de comportamento ? Vamos aos fatos :

Segunda feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul. Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc. Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a dominadora esposa do chefão William Bonner sentenciou : “ Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores...”
Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação. 
“ Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de “REPORTAGEM EXCLUSIVA” para a rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma...”
       Brilhante !!! Pela vez primeira em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada !!!  “ Mas... prosseguiu dona Fátima - esse acordo foi feito ontem entre o Renato ( Maurício Prado, chefe de redação de Esportes de O Globo ) e o Presidente Ricardo Teixeira. Tenho autorização para realizar a matéria”.
- “ Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo ( Teixeira ) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!” O treinador então virou as costas para a supra sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir. 
       Dunga pode até perder a classificação, a Copa , seu time pode até tomar uma goleada, mas sua atitude passa à história como um exemplo de coragem e independência. Dunga, simplesmente, mijou na Vênus Platinada ! Uma estátua para ele !!! Isso sem contar que após as idiotices do GALVÃO BUENO 35 milhões de brasileiros mandaram pelo TWITTER a mensagem  ' CALA A BOCA GALVÃO '.
 
  Essa era a toda poderosa que um dia fez editoriais para a DITADURA MILITAR,  e como a FOLHA DE SÃO PAULO colocou toda sua estrutura , como carros, etc a serviço dos DITADORES ; por várias e diversas vezes OMITIU as campanhas do povo brasileiro pela ANISTIA, as DIRETAS JÁ, a CONSTITUINTE  e tenta hoje CRIMINALIZAR os MOVIMENTOS SOCIAIS.

Dilma no Roda Viva

Dilma Rousseff
Candidata á presidência

O Roda Viva encerra nesta segunda-feira, dia 28, uma série de programas para discutir as ideias apresentadas nessa disputa eleitoral.

A entrevistada será a candidata Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores. Ela nasceu dia 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Do pai búlgaro, naturalizado brasileiro, Dilma herdou o sobrenome Rousseff. Ela estudou em colégio de freiras e após o golpe militar de 64 começou militância em organizações de esquerda que combatiam a ditadura.
Dilma Rousseff foi presa em São Paulo, em 1970, ficou quase 3 anos detida e foi vítima de tortura. Libertada, seguiu para o Rio Grande Sul em 1973, onde retomou os estudos na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal.

Após a Lei da Anistia, em 79, Dilam Rousseff filiou-se ao Partido Democrático Brasileiro, o PDT de Leonel Brizola, e começou vida profissional na Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul.

Em 93, ela assumiu a Secretaria gaúcha de Minas, Energia e Comunicações, no governo Alceu Colares, cargo que voltou a ocupar, depois, no governo Olívio Dutra.

Filiada ao PT desde 2001, Dilma Rousseff integrou o grupo de transição do eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, na seqüência, assumiu o Ministério das Minas e Energia, onde ficou até 2005, quando foi para Ministério da Casa Civil da Presidência da República.

Participam como convidados entrevistadores: Merval Pereira, membro do conselho editorial das organizações Globo, colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN e do canal Globo News; Luiz Fernando Rila, editor-executivo e coordenador da cobertura eleitoral do Grupo Estado; Sérgio Dávila, editor-executivo do jornal Folha de S. Paulo e Vera Brandimarte, diretora de redação do jornal Valor Econômico.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eleições 2010

É SÃO JOÃO: SERRA QUEIMA COMO BATATA-DOCE ELEITORAL
 

do site carta maior


O resultado do IBOPE (40% Dilma contra 35% Serra) transformou a festa de São João do tucanato num bombardeio interno, no qual não faltam fogueiras expiatórias. Nelas ardem estratégias, estrategistas, dissimulações, vaidades, aspones e marketeiros que não entregaram o que prometiam: seis pontos de vantagem –alguns cogitaram até 12 pontos— sobre Dilma, após a propaganda intensa do candidato no mês junino, quando foi vedete nos programas de PSDB, PPS e PTB, sem falar de uma chuva de prata de inserções publicitárias. O foguetório revelou-se pó de traque na aferição do IBOPE, que trouxe Dilma na dianteira com cinco pontos de vantagem sobre o candidato do conservadorismo brasileiro. O fracasso do plano junino abriu uma temporada de vale-tudo na coalizão demotucana. Nesta 4º feira em SP, uma reunião de emergência do tucanato discute a crise em SP. Pelos jornais, estrategistas ressentidos com o conhecido menosprezo do candidato por idéias alheias, como o sociólogo Alberto Almeida [hoje, no Estadão], espinafram Serra e vaticinam sua derrota, sugerindo que a grande vantagem de Dilma é a soberba do tucano. Fernando Henrique 'confidencia' igual temor a colunistas, vingando-se da recusa original do amigo em assumir o figurino anti-Lula preconizado por ele. O pedágio cobrado pelos aliados para apoiar um pato manco tende a aumentar e a escolha do vice pode gerar defecções e dissidências. Em resumo, a três meses do pleito, Serra queima como batata-doce eleitoral e por ela ninguém mais bota a mão no fogo.

A direita estadunidense e o futebol

Eis aqui nessa postagem um pouco do nobre pensamento de parte da direita estadunidense. É realmente um primor de estupidez e arrogância.

Uol Esportes

O futebol é uma ideologia estrangeira que quer destruir a singularidade da cultura norte-americana. Os comentaristas conservadores dos EUA querem mais é que o USA Team seja eliminado logo na primeira fase. Tudo porque são contrários a entrada do esporte mais popular do mundo no país mais poderoso do globo.
“Não importa quantas celebridades o apoiam, quantos bares abrem mais cedo, quantos comerciais de cerveja eles veiculam, nós não queremos a Copa do Mundo, nós não gostamos da Copa do Mundo, não gostamos do futebol e não queremos ter nada a ver com isso”, declarou Glenn Beck, cuja opinião tem vaga cativa na Fox News, canal que sustentou a ferro e fogo a gestão do republicano George W. Bush e é opositora ao governo democrata de Barack Obama.
Beck chegou a comparar o futebol com o plano de assistência médica que Obama implantou no país. “O resto do mundo gosta de futebol, nós não. O resto do mundo gosta das políticas do Obama, nós não.”
A fúria da direita também se sente na voz elitista de Dan Gainor, analista do Media Research Center. “O futebol é um jogo de pobre. A esquerda está impondo o ensino de futebol nas escolas americanas, porque a América está ficando bronzeada”, escreveu, associando a popularidade do futebol acima do rio Grande com a crescente migração dos mexicanos para os EUA.
A teoria da conspiração encontrou eco em Matthew Philbin, ideólogo do centro de pesquisas de direita Culture and Media Institute. “A mídia liberal sempre se sentiu desconfortável com o fato de sermos únicos entre as nações, sermos líderes; e os esquerdistas são contra nossa rejeição ao futebol, da mesma maneira que são contra nossa rejeição ao socialismo”, fez a analogia, incomodado com a audiência dos jogos da Copa serem maiores que as finais da NBA, a típica e norte-americaní ssima liga local de basquete.
“O que aconteceu com a singularidade dos Estados Unidos da América do Norte? Este esporte foi criado por índios sul-americanos, que, em vez de bola, jogavam com a cabeça de seus inimigos”, afirmou o radialista e ex-agente do FBI G. Gordon Liddy, confundindo a origem do futebol (Inglaterra) e as histórias de sacrifício humano das tribos da América Central e do Norte com as da América do Sul.
O radialista Mark Belling também entrou no coro contrário ao futebol. “Estão querendo enfiar goela abaixo essa modalidade. Mas não vou reagir criticando, porque os liberais agem da mesma forma de quando você insulta o cabelo de um senador do Partido Democrata. Não vou dar essa chance a eles.”

José e Pilar

José e Pilar. Este é o título do documentário do diretor português Miguel Gonçalves Mendes, que registra o cotidiano do casal José Saramago e Pilar del Rio, sua companheira. O filme foi coproduzido pela 02, empresa de Fernando Meirelles, diretor que adaptou para a tela o brilhante Ensaio sobre a Cegueira. O filme deve ter sua primeira sessão brasileira durante a Mostra de Cinema de São Paulo, que se realiza em novembro de 2010.


domingo, 20 de junho de 2010

Tenho pena daqueles que se agacham até o chão...

   Acompanhando a movimentação político-eleitoral eu confesso que não me surpreenderia se em um eventual segunto turno das eleições presidenciais de 2010, a candidata Marina Silva viesse a apoiar o candidato tucano. Afirmo isso baseado nas declarações que ela tem dado (elogiando o processo de privatização ocorrida no governo demo-tucano, por exemplo), e também pelas movimentações e arranjos com vistas as coligações. Aqui no Rio a aliança é PV/PSDB/DEM/PPS (tenho dúvida se o PTB tá nessa), e Gabeira tem implorado ao PSDB que se resolva o quanto antes e o apoie. Confesso que senti nojo ao ver a foto de Gabeira ao lado das fotos de Marina e Serra. 
    É importante lembrar aos eleitores bem intencionados - que acham que Gabeira e Marina representam um sonho, ou uma nova utopia -, que esses dois saíram do governo Lula com um certo discurso moralista (Gabeira saiu oportunisticamente quando do suposto escândalo do mensalão), que apontava para uma frustração das utopias. Mas aí é o caso de se perguntar que utopia é esta que eles estão propondo ao lado da privataria do PSDB (nova direita) e do DEM (antigo PFL, ou a velha direita). Confesso que ao ver Gabeira ali naquela situação de implotar o apoio do PSDB lembrei de um velho samba de Wilson Batista que em uma de suas estrofes diz:

Tenho pena daqueles
Que se agacham até o chão
Enganando a si mesmos
Com dinheiro, posição
Eu nunca tomei parte
Desse enorme batalhão
Pois sei que além de flores
Nada mais vai no caixão

sábado, 19 de junho de 2010

Ponto para a seleção argentina

Nos últimos dias tenho visto várias indicações para o prêmio nober da paz. Vi uma campanha que indica as mulheres africanas; vi a indicação do presidente Lula; e vi também a indicação do grupo argentino "Avós da Praça de Maio". Creio que todos mereçam. Mas o que pretendo registrar aqui é que a seleção argentina entrou em campo para um de seu jogos (acho que foi no primeiro contra a Nigéria), fazendo uma campanha em favor das argentinas (foto abaixo) e a foto sofreu o bloqueio dos grande meios de comunicação. Parece que também foi retirada do site youtube. Registremos o ponto positivo de "los hermanos", principalmente quando pensamos em nossos craques preocupados em manifestar suas "crentinices".

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago, um verdadeiro imortal!

É até difícil acrescentar mais alguma coisa a tantas declarações já feitas sobre o falecimento do grande escritor português José Saramago. Muito já foi dito inclusive sobre sua grandeza, para além do talento de escrever belos romances, em emprestar seu prestígio, sua sensibilidade e sua inteligência às boas causas do seu tempo. Como homenagem desse blog a essa grande personalidade do nosso século eu destaquei seu depoimento do documentário "Língua, vidas em português", no qual o escritor declara seu amor à língua portuguêsa.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Gramática brasileira

Alguns linguistas têm dito que é correto afirmar que existe uma língua brasileira. Não aprofundo a discussão por absoluta falta de competência, mas gosto de acompanhar as discussões. Quando li essa afirmação num texto do professor e linguista Marcos Bagno me lembrei de pronto de um samba de Noel Rosa chamado "não tem tradução". Lá pelas tantas diz o poeta: "Tudo aquilo que o malandro pronuncia / Com voz macia é brasileiro, já passou de português". Pois é, esses linguistas que estão arejando, digamos assim, as discussões em torno da norma culta e coisas afins, estão cada vez mais ganhando espaço e avançando. Mais um passo foi dado com o lançamento recente da "Gramática do Português Brasileiro" do professor Mário Perini. Ele diz que “A língua do brasileiro não é a língua que encontramos nos livros. É a língua falada pela totalidade da população, desde o trabalhador analfabeto na zona rural até o professor universitário ou o político. Na hora de conversar com os amigos, todos falamos basicamente a mesma língua”. Além de tratar das diferenças entre a língua oral e escrita, ele também discute sobre as noções do português ‘certo’ ou ‘errado’ – algo que, para ele, depende inteiramente do contexto: “A língua que eu uso para falar com amigos numa mesa de bar não pode ser a mesma que eu uso para escrever uma tese”, argumenta.
 Quem quiser pode ouvir uma bela entrevista do autor é só seguir o link abaixo:

Fé na festa – o novo álbum de Gilberto Gil

No final do mês de maio Gilberto Gil lançou mais um álbum na sua carreira: “Fé na festa”. O lançamento nesse período que antecede as grandes festas juninas não foi por acaso, pois o disco é repleto de baiões, xotes e xaxados. Não há nenhuma novidade no fato de Gil trazer em seu álbum esses gêneros musicais, pois ele sempre transitou com intimidade e maestria por essas plagas. Mas talvez o novo esteja na intensidade e quantidade em que esses gêneros aparecem. Eles dão mesmo a tônica do álbum, e nesse sentido podemos dizer que se trata de um disco “sanfônico”. O acordeom, instrumento que Gil também domina, é como uma espinha dorsal do álbum, se juntando muitas vezes a rabecas e flautas produzindo timbres muito bonitos.
                A única peça do disco que sai dessa atmosfera nordestina é a também bonita “não tenho medo da vida”, na qual Gil dialoga com uma canção de sua própria autoria intitulada “não tenho medo da morte”. Nesta última, faixa que integra o disco anterior – “Banda Larga Cordel” – Gil tematiza a morte e suas implicações sobre o próprio ato de viver. Em uma determinada estrofe ele diz: “não tenho medo da morte/
mas medo de morrer, sim / a morte é depois de mim / mas quem vai morrer sou eu / o derradeiro ato meu / e eu terei de estar presente / assim como um presidente / dando posse ao sucessor / terei que morrer vivendo sabendo que já me vou”
. É sem dúvida uma bela canção.
Já neste novo disco Gil se auto-parafraseia e diz que: “Não tenho medo da vida, mas medo de viver, sim / A vida é um dado em si, mas viver é que é o nó /
Toda vez que vejo um nó, sempre me assalta o temor / Saberei como afrouxá-lo, desatá-lo eu saberei? / A vida é simples, eu sei, mas viver traz tanta dor!”
É uma toada que destoa das outras faixas, mas sem desequilibrar o todo. Destoa porque é uma das poucas, e talvez a única, cuja letra produz uma atmosfera mais reflexiva e abstrata, compondo um texto lírico-dissertativo.
Mesmo sendo um disco cuja ênfase está mais no aspecto rítmico-dançante, Gil não se desarma de seu olhar antropológico e já de início, na faixa que dá nome ao disco – “Fé na Festa”, observa os aspectos sacros e profanos contidos nas festas que constituem o calendário católico popular brasileiro. Esse já foi um tema muito estudado por figuras luminares da intelectualidade brasileira: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Alfredo Bosi, entre outros. Diz o refrão da canção: “Festa, festa na fé
Fé, fé na festa”.
Ou seja, a festa por dentro da fé, e a fé por dentro da festa, num jogo binário-dialético de oposições complementares que vão por fim compor o tecido no qual se desenha a brasilidade tão cara a este compositor.
Há no disco algumas regravações como “no norte da saudade”, e “Dança da moda”, um delicioso clássico de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, bem como novas parcerias: “Lá vem ela”, com Vanessa da Mata e “São João carioca”, com Nando Cordel.
Gil mesmo quando redunda inventa, e vai aprendendo e ensinando na medida em que palmilha e elabora suas experiências estético-sonoras. E tem mais: quem olhar direitinho na capa do cd vai perceber que está lá, ainda que supostamente apenas como um adorno gráfico, uma figura do trigrama (conjunto de três linhas) chinês que compõe o I ching – O livro das mutações. E por coincidência ou não, o trigrama que lá está tem como imagem natural o céu, e como definição qualidades que poderiam facilmente estar associadas a Gilberto Gil: Criatividade, força e iniciativa.

A visão privatista na educação pública carioca.

Há uma tendência contemporânea, no que tange a educação pública, de responsabilizar os professores pelo insucesso nesta área. Não acho que não haja problemas, e claro que é preciso discutir e refletir sobre as ações docentes. Mas não se pode confundir isto com o que é veículado pela grande imprensa ou por alguns gestores públicos, que joga nas costas dos professores toda a responsabilidade pelo que acontece na educação pública. A sanha privatista, por incrível que pareça, ainda faz a cabeça de muita gente, e nesta área o viés privatista se expressa de forma diferente do que vimos na década de 1990 no Brasil. Nesse novo momento a privatização, e falo especificamente com relação à educação, não se daria com a privatização das redes públicas e a concomitante cobrança de mensalidades etc. Até porque isso esbarraria na constituição brasileira. O viés privatista está no "filé mignon", ou seja: institutos ligados a educação seriam contratados para promover ações no sentido de fiscalizar e avaliar as ações educativas e propor mudanças. Isso foi muito comentado na rede municipal do Rio de Janeiro, quando da entrada da secretária Cláudia Costin, e na época o Instituto a ser contratado era o Instituto Airton Sena, se não me engano. Agora está em curso, segundo uma diretora do Sepe (Sindicato dos Professores das redes públicas do Rio de Janeiro) um plano de "espionagem", que colocaria dentro da sala de aula uma espécie de fiscal para fotografar as aulas e a partir disso diagnosticar os problemas pedagógicos. Leiam a mensagem de Edna Félix, diretora do Sepe RJ - Regional III.
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Inicia-se em escolas públicas do Município do Rio de Janeiro mais um instrumento de coação e assédio aos profissionais de sala de aula. Com o objetivo de tentar demonstrar a ineficiência do professor, Cláudia Costin inaugura agora o chamado método Stalling. Consiste em enviar um observador para as salas de aula, que fotografará 10 momentos da aula por 15 segundo para, segundo eles, medir o tempo usado em classe para a construção do conhecimento. Ainda segundo a secretária, o objetivo é utilizar o método da observação para ajudar a desvendar a caixa preta da sala de aula e melhorar a performance do professor. Então façamos algumas observações.

   1. Em primeiro lugar não precisa gastar a fortuna que certamente será paga a Fundação Lemann, empresa responsável pelo projeto, para  ter esta informação sobre a sala de aula. Basta uma pesquisa com os próprios professores. Mais uma vez, no lugar de gastar diretamente na educação pública, o governo vai repassar nossas verbas à iniciativa privada.
   2. Dito isto, vamos então ao que de fato pode melhorar a performance do professor: Menos alunos em sala de aula, tempo para planejamento, contratação de mais profissionais, presença de profissionais como psicólogos, assistentes sociais e outros para acompanhar os problemas dos alunos, aumento salarial para que o professor não precise fazer duplas, triplas e muitos outros etecéteras.
   3. O artigo 5º, da Constituição garante  o direito de imagem é inviolável, assim como  a proteção à reprodução de imagens.
   4. O constrangimento que este projeto criará em nossas aulas também está previsto no código penal.
   5. A presença de pessoas estranhas em nossas aulas, sempre dispersa a atenção dos alunos prejudicando assim o desenrolar das mesmas.

Mas o objetivo verdadeiro que vem desenvolvendo a senhora Costin é o de privatizar a educação no nosso município, favorecendo amigos empresários. E para isso precisar provar o quanto somos “incompetentes” . Desqualificar nosso trabalho e destruir qualquer possibilidade de reação de nossa categoria.

Nós não podemos permitir!

Por isso professor, não se intimide. Você não é obrigado a aceitar em sua sala de aula, ninguém que vá fazer o trabalho de espionagem, rompendo com princípios de sua autonomia e com aqueles que regem a constituição brasileira. E se houver qualquer tentativa de coação, assédio moral no sentido de te obrigar a aceitar esta violação a seus direitos. Ligue para o SEPE, chame o seu representante.




segunda-feira, 14 de junho de 2010

cobertura jornalística da Globo

  A campanha ainda nem começou oficialmente e já dá vários sinais interessantes. Vejam só o que eu flagrei no último sábado dia 12 de junho no Jornal Nacional. Este noticiário fez uma cobertura das eleições 2010 e focalizou os dois primeiros colocados nas pesquisas. Só que na cobertura da campanha da Dilma o tempo foi de apenas 41 segundos, enquanto que a cobertura do candidato Serra o tempo foi de, pasmem, 4 minutos e 51 segundos. Sem contar que na matéria sobre o PSDB o tom era de material de campanha. Coisas como "o menino pobre que vendia laranjas". Uma verdadeira peça publicitária! Como é do meu costume, enviei de pronto um e-mail para a redação e, confesso, nem esperava resposta. Mas me surpreendi com uma mensagem da redação do jornal. Claro que não acredito na seriedade do que foi dito, mas é interessante também notar o procedimento da Rede Globo, pois com essa resposta ela cria uma imagem de acessível, democrática ou coisa parecida. Digo isso porque várias vezes enviei mensagens a outras redes e não obtive nenhuma resposta. 
  Abaixo segue a minha mensagem e a resposta da emissora, e também posto aqui o site do jornal para quem quiser conferir as matérias as quais me referi.

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De: MORENO <morenoricmelo@gmail.com>
Sábado, 12 de Junho de 2010
Assunto: JORNAL NACIONAL - CRÍTICA - 12/06/2010

a cobertura feita hj no JN sobre os candidatos a presidência da república foi absolutamente tendenciosa. Creio que como consumidor de informação e cliente desse jornal, estou sendo desrespeitado. O tempo dedicado ao candidato Serra foi imensamente maior do que o tempo dedicado a candidata Dilma. Além do conteúdo: a cobertura de Serra parecia campanha eleitoral - Menino pobre vendendo laranja, etc, etc,. Horrível isso, hein!!! Péssimo jornalismo!!

Resposta do Jornal Nacional:
Moreno

Respeitamos sua opinião e crítica. Suas considerações serão levadas ao conhecimento da direção do programa.


Cordialmente
Rede Globo - A gente se vê por aqui.

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link para jornal nacional do dia 12 de junho:

domingo, 13 de junho de 2010

começam os apoios a candidatura Dilma


 Chico Buarque, com sua declaração de voto em Dilma, abriu a temporada de apoios a candidata petista. Vejam quem mais a apoia.





 Aluíso Teixeira reitor da UFRJ: “Nós que vivemos dentro da universidade os oito anos do governo anterior sabemos do impacto trazido pelo atual governo. A universidade brasileira está se transformando. Quando eu assumi a reitoria há sete anos, o orçamento da UFRJ era de pouco mais de R$ 40 milhões, sem um centavo para investimento. Neste ano de 2010, ele é superior a R$ 200 milhões, com R$ 30 milhões destinados a investimento”
                                                                              
 










Vanderley Luxemburgo Técnico de Futebol: "Eu sempre digo que o medo de perder tira a vontade de ganhar. Então com certeza sua vontade de ganhar esta muito acima do medo de perder e nós vamos ganhar essa."





 

José de Abreu, ator: "Para continuar o governo o melhor governo que o país já teve, para continuar a erradicação da pobreza, porque a Dilma é uma das pessoas mais inteligentes e cultas que conheço, porque a Dilma tem experiência ímpar, porque está na hora, depois de eleger um operário nordestino, de eleger uma mulher. Eu ficaria aqui uns 15 dias dando motivos. Vamos para rua. A gente tinha que reviver para quem não viu a campanha de 89, botar vermelho e ir para rua festejar. A gente não teve medo de ser feliz e não vai ter medo de continuar essa felicidade que o Brasil está vivendo. Agora é Dilma, vamos lá..."                                      

Ivan Illich e o mundo sem escolas

A tese é arrojada e certamente inviável, mas certamente podemos tirar das ideias de Ivan Illich algumas inspirações para práticas no campo da educação. Vejam o filminho feito pela TV Cultura.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Filhos de dona do Clarín fazem exame para comparar com DNA de desaparecidos

Durante a ditadura, muitos filhos de prisioneiros políticos foram sequestrados e entregues clandestinamente a militares ou a simpatizantes do regime. Estima-se que 500 crianças tenham sido separadas dos pais

Por Daniella Cambauva*

Após quase nove anos de disputa judicial, os filhos adotivos de Ernestina Herrera de Noble, a principal acionista do Grupo Clarín, farão exame de DNA amanhã para averiguar se foram adotados ilegamente.

A verdadeira identidade de Felipe e Marcela Herrera Noble é questionada por algumas organizações defensoras de direitos humanos na Argentina, principalmente a Associação das Avós da Praça de Maio, que afirmarm que os dois são filhos de desaparecidos da última ditadura militar na Argentina (1976-1983).

Durante a ditadura, muitos filhos de prisioneiros políticos foram sequestrados e entregues clandestinamente a militares ou a simpatizantes do regime. Estima-se que 500 crianças tenham sido separadas dos pais na Argentina na época. Se for comprovado que Felipe e Marcela foram sequestrados, Ernestina Herrera de Noble pode ser presa.

Segundo o jornalista argentino Horacio Verbitsky, criador do diário Página 12 e uma das principais figuras da luta pelos direitos humanos no país, o resultado pode ficar pronto entre 20 e 45 dias.

Com a última decisão da Suprema Corte de Justiça, Felipe e Marcela serão obrigados a comparar as amostrar de DNA com as demais armazenadas no Banco Nacional de Dados Genéticos.

Desde 2001, quando começaram as acusações, eles se recusam a fazer o exame. A questão deixou de ser opcional em novembro de 2009, quando o congresso argentino aprovou uma lei de exame compulsório de DNA. A mudança na legislação tornou inviável a postura dos filhos.

Desde então, a Justiça argentina já determinou que os dois fizessem o exame duas vezes, mas eles recorreram em todas.

Documentos ilegais - Mesmo sem a realização de exames, em dezembro de 2002, o juiz Federal Roberto Marquevich ordenou a prisão de Ernestina por conta de irregularidades encontradas nos documentos de adoção.

Segundo os documentos da época, em 13 de maio de 1976, Ernestina se apresentou diante da Justiça em San Isidro, com um bebê a que chamou de Marcela. Disse que a havia encontrado onze dias antes em uma caixa abandonada na porta de sua casa. Ela ofereceu como testemunhas uma vizinha e o caseiro da vizinha, cujos depoimentos foram desmentidos em 2001.

No caso do Felipe, ela declarou que foi entregue em 7 de julho de 1976, pela suposta mãe, Carmen Luisa Delta, que não podia ficar com o bebê. No mesmo dia, sem dispor de provas determinando as circunstâncias do nascimento, uma juíza concedeu a segunda guarda a Ernestina. A Justiça descobriu, anos depois, que Carmen nunca existiu.

matemática do Serra.

Não pude me conter quando vi esse vídeo no Youtube. A propósito não vi nenhum comentário da imprensa sobre esse "deslize" do candidato. Tudo bem que é uma bobagem, principalmente quando se compara aos petardos que virão por aí no livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., mas talvez o tratamento fosse outro caso o envolvido na besteira fosse outro candidato (ou candidata). O vídeo foi uma colaboração do amigo Alfio.

Estado Assassino: Inexplicável? -

  Por Juan Gelman

Circulam várias hipóteses sobre a razão da operação militar israelense que causou a morte de 9 a 16 passageiros do barco de bandeira turca Mavi Marmara, dezenas de feridos, e o seqüestro da frota que transportava 10 toneladas de ajuda humanitária para Gaza – sob bloqueio desde 2007 e invadida em 2008 -, além da detenção de quase 700 pessoas, postas em liberdade após sofrer vexames de todo tipo. As explicações oficiais de Tel Aviv são inquilinas do ridículo: os agredidos são agressores e os agressores, agredidos; os levados à força para Israel são imigrantes ilegais, aqueles que socorrem palestinos com fome são cúmplices do Hamas primeiro, terroristas do Hamas depois, etc. É velha, muito velha, a tática de vitimização do carrasco.

O primeiro ministro Netanyahu justificou o ataque dizendo que é preciso evitar que o Hamas receba armas por “ar, terra e mar” – desviando-se do fato de que o Hamas recebe essas armas por túneis - e que nenhum protesto o levará a levantar o bloqueio contra Gaza. Essa é a questão de fundo: Tel Aviv não renunciou ao sonho da Grande Israel e o cerco imposto a Gaza prejudica, mais do que ao Hamas, a seus habitantes, que já sofreram a Operação Chumbo Derretido que tirou a vida de 1.300 civis palestinos. Isto, falando claramente, chama-se limpeza étnica e sua história também é velha.

O ideólogo do movimento de direita denominado Sionismo revisionista, Zeev Jabotinsky, declarou há 87 anos que a única maneira de impor o Estado judeu era esmagando os árabes. Não é de se estranhar, portanto, que Ron Torossian, organizador da manifestação “Estamos com Israel”, realizada em frente à missão da Turquia na ONU, repetisse essa opinião: “Creio que devemos matar cem ou mil árabes por cada judeu que eles matam”. Por que não 100 mil ou 1 milhão? Por acaso Ariel Sharon não foi responsável, em 1982, pela ação de uma milícia que resultou na matança de quase 500 civis palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Shatila? Se isso é ideologia será preciso mudar a definição da palavra “ideologia”.

O governo israelense parece guiado por outro conceito central de Jabotinsky: “Sustentamos que o sionismo é moral e justo. E dado que é moral e justo, é preciso fazer justiça ainda que José ou Simão, ou Ivan ou Ajmed, não estejam de acordo”, afirmou em um ensaio publicado na revista russa Raavyet, em novembro de 1923. Carlo Strenger, professor da Universidade de Tel Aviv, chamou de “mentalidade de bunker” aquela imperante hoje no país: Israel “não escuta a crítica, seja interna ou externa. Essa incompetência é reforçada pela soberba: Israel está apaixonado pela idéia de que tem razão e que todos os demais estão errados; portanto, é incapaz de admitir que a política que aplica aos palestinos foi desastrosa”. Strenger cita o filósofo francês Bernard- Henry Lévy, um fervoroso defensor de Israel, que chamou de “autismo político” este pensamento que atribui aos dirigentes israelenses: “O mundo não nos entende e nos condena se fazemos algo e nos condena se não fazemos. De modo que fazemos o que queremos”. Jabotinsky redivivo.

Os EUA sempre forneceram o espaço internacional necessário para que essa vontade se cumpra acima de qualquer coisa. “A única democracia na região”, segundo a Casa Branca, não vacila em espionar o governo estadunidense neste contexto de “fazer o que bem entender”. A reação de Obama frente ao ataque ao navio turbo e ao banho de sangue que se seguiu foi débil. Sequer condenou o ataque, pedindo apenas um esclarecimento dos fatos e aceitando que Tel Aviv rechaçasse a instalação de uma comissão investigadora internacional. O presidente norte-americano se converte assim em cúmplice da não- investigação que será feita. O presidente Joe Biden divulgou uma espécie de posição oficial sobre o tema: defendeu o bloqueio de Gaza e disse que Israel “tinha o direito a saber” qual era a carga do navio. Cabe lembrar que Netanyahu deu uma bofetada política em Biden quando este visitou-o em março passado: o vice foi visitá-lo para impulsionar o processo de paz com os palestinos e o primeiro-ministro anunciou a construção de 1.600 edifícios novos em território palestino ocupado. Vê-se que Biden é um homem que sabe perdoar. É improvável que se produzam mudanças na estreita e muito íntima relação EUA-Israel.

Cabe reconhecer que, ao contrário de Tel Aviv, Washington não tem problema em abandonar seus cidadãos em apuros, Cerca de 10 estadunidenses viajavam no comboio de ajuda humanitária a Gaza, entre eles, Joe Meadors, marinheiro da fragata USS Liberty, bombardeada por aviões e lanchas lança-torpedos de Israel em 1967; Ann Wright, coronel do Exército dos EUA, Edward L. Peck, ex-subdiretor do grupo de tarefas antiterroristas do gabinete de Reagan. Todos terroristas, naturalmente.

(*) Poeta, escritor, tradutor e jornalista argentino, vencedor do Prêmio Cervantes 2007 e do Prêmio de Literatura Latino-Americana e das Caraíbas Juan Rulfo, entre outros.

Tradução: Katarina Peixoto

Divulgando ato de repúdio ao Estado de Israel


ATO DE REPÚDIO A ISRAEL
ATO DE REPÚDIO A ISRAELDIA 8 DE JUNHO -
A PARTIR DAS 15 HORAS NA CINLELÂNDIA
Pela Palestina Livre, laica e democrática
Pelo fim do massacre contra o Povo Palestino
E pelo fim do cerco a Faixa de Gaza
O Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro convoca todos os internacionalistas, as organizações que compõem o Comitê, as Centrais Sindicais a população do Rio de Janeiro, em geral, para manifestar nosso veemente repúdio diante do brutal e terrorista ataque promovido pelo Estado de Israel contra a flotilha internacional de solidariedade ao Povo Palestino.
Israel chocou o mundo pela brutalidade e covardia com o assassinato de dezenas de pacifistas de diversas nacionalidades que se solidarizaram contra o bloqueio a Gaza. A mesma brutalidade e covardia que emprega há 62 anos contra o povo palestino para usurpar suas terras, culturas e vidas.
Nesse sentido, convocamos todos os movimentos sociais para manifestar sua indignação no Ato Público na Cinelândia no dia 08 de junho de 2010 (terça-feira).
Data: 08/06/2010 Horário: 15 Local: Cinelândia (Centro do RJ)
POR UMA PALESTINA LIVRE, LAICA E DEMOCRÁTICA
Pela Libertação de Todos os Territórios Árabes ocupados por Israel
Pelo fim do Bloqueio de Israel a Faixa de Gaza
Pela condenação de israel pelos crimes de Guerra de Israel
Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro

domingo, 6 de junho de 2010

Ilusão de ótica

Efeitos visuais de imagens que provocam ilusão de ótica. Interessante!

sábado, 5 de junho de 2010

Celso Amorim no Roda-Viva

 Segunda-feira, dia 07 de junho, o entrevistado do programa roda-viva, da TV Cultura e retransmitido pela TV Brasil, será o Celso Amorim, ministro das relações exteriores do governo Lula. Abaixo o texto de apresentação da entrevista.
Celso Amorim
Ministro das Relações Exteriores

Nações emergentes começaram a ganhar maior espaço nas discussões diplomáticas mundiais e o Brasil passou a ser um ator mais presente e atuante nesse novo cenário, inclusive como mediador de conflitos. A estabilidade econômica ajudou a colocar o país em evidência e dar maior visibilidade, participação e influência nas questões internacionais.

No mundo, a voz do Brasil passou a ter mais importância e o país ampliou as suas relações comerciais e políticas. O acordo nuclear assinado com Irã e Turquia deu um passo importante no sentido de evitar sanções ao país islâmico, mas que ainda corre o risco de acontecer já que os Estados Unidos não consideraram o acerto satisfatório.

O recente incidente em águas internacionais no Mar Mediterrâneo entre forças de Israel e a tripulação dos navios que levavam suprimentos para a Faixa de Gaza reabriu a discussão sobre os conflitos na região. As principais lideranças mundiais, incluindo o Brasil, deram as suas opiniões sobre o assunto num momento que surge um novo apelo para uma solução pacífica para o Oriente Médio.

Na América Latina, o Brasil firmou-se como líder e mediador de conflitos, mas o país aumentou a sua presença em todo o mundo. Desde 2002, o Brasil ampliou os postos espalhados nos continentes, entre embaixadas, representações, consulados e vice-consulados. De 150 postos em 2002 para 216 em 2010, com atenção especial para o continente africano, que recebeu 16 novas embaixadas, das 35 criadas.

eleições 2010

 A campanha presidencial promete esquentar logo depois da copa. Mas para aqueles que se interessam pelo tema a prévia já tá quente. É que a iminência do lançamento de um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., no qual se conta detalhes do processo de privataria levado a cabo pelo PSDB na década de 1990, está tirando o sono do candidato José Serra. É claro que os tucanos não vão entubar esta de forma pacífica, afinal eles contam com um grande aparato midiático (conhecido como PIG), que está tentando inverter a situação, afirmando que trata-se de um dossiê montado pela campanha da Dilma. Segundo Luís Nassif, em seu blog, a grande mídia não menciona o referido livro, e trata-o como um dossiê em favor da candidata petista. Nesse imbróglio todo o candidato Serra, aproveitando o que a grande mídia veicula, afirmou que o PT está por trás da montagem, fato que levouo PT a arguí-lo juridicamente. 
 Alguns analistas afirmam que todo esse desespero do PSDB  tem um sentido, ou melhor, é um sintoma da percepção da derrota iminente. Alguns analistas internacionais chegam a dizer, concordando com o que eu digo há algum tempo, que a vitória do PT pode se dar ainda no primeiro turno.
 É viver e ver!!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Inteligência coletiva

O título desta postagem é homônimo de um livro de Pierre Levy que aponta para uma percepção menos individualizada de inteligência. Em apoio a esta visão o autor desenvolve o conceito de "Ecologia cognitiva", e, simplificando ao máximo, esta encontraria nas redes informáticas, ou no ciberespaço, um lugar privilegiado de desenvolvimento e construção. Mas ressalte-se, e ele faz questão de frisar isto, que este ciberespaço não seria apenas um meio pelo qual os conhecimentos se espraiariam. Não! Esta estrutura tecnológica seria um agente ativo, possibilitando a emergência de uma nova cultura construída coletivamente - a cibercultura.
Passeando pela rede encontrei o "Coleções nerds", blog de um jovem potiguar e aluno de filosofia, que digitaliza e disponibiliza na rede uma série de livros de filosofia, história da filosofia, sociologia e mitologia. É um verdadeiro espírito de colaboração, e sem dúvida muito útil para pesquisadores e interessados em geral. Ponho um link abaixo para todos que se interessem por este tema.

http://colecoesnerds.weebly.com/index.html

vocês têm um papel muito importante no mundo!!

Em uma entrevista recente o diretor de cinema Oliver Stone, que está no Brasil para lançar seu filme "Ao sul da fronteira", no qual investiga a nova configuração política na América Latina, fala a respeito da presidenciável Dilma Roussef e de seu interesse em conhecê-la. Stone parece estar, como muitas pessoas hoje no mundo, compreendendo as novas configurações políticas e o papel extraordinário do Brasil nesse novo momento planerário. Parece também estar consciente do papel que o Brasil joga nesse cenário, é fruto da administração Lula e das orientações que emergem desse governo.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Antônio Nóbrega

Antônio Nóbrega é o Brasil profundo! Sem xenofobia ou qualquer coisa parecida. No momento em que postava esse vídeo reparei que não tinha ainda postado nada dele. Um erro que agora reparo.

Mente brilhante: desenvolvendo a genialidade

Este é um documentário sobre a vida de Susan Polgar, a primeira mulher enxadrista, quer dizer, a primeira mulher mestre em xadrez. Sua história é muito interessante, pois é o caso de uma genialidade desenvolvida a partir das teses do seu pai. Ele acahava que qualquer criança poderia desenvolver uma habilidade extraordinária,e para isso era necessário que se observasse qual a tendência que a criança manifestava. O fato é que o pai de Susan praticou sua teoria na própria filha, e o resultado parece ter sido interessante, a se levar em consideração o conteúdo do documentário.


sábado, 29 de maio de 2010

O meu capitão não aceita a ordem de matar!

O texto abaixo foi escrito para o site do grupo Tortura Nunca Mais. Essa é uma das histórias que devem ser contadas aos mais jovens, para que se tenha sempre em mente até onde um regime autoritário pode chegar. Logo em seguida do texto segue um vídeo com uma música, que me parece ser de autoria do Chico Buarque. Quem canta é o próprio Chico com a Joyce. e é uma gravação da década de 1980. Já perguntei a várias pessoas se conheciam essa música e muitos me responderam que não. Então é uma boa ocasião para conhecer.

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  Era uma vez um homem, um militar completo, um herói que vivia na selva, comandando o PARASAR, abrindo fronteiras e salvando vidas. A selva era a sua casa, com tamanha desenvoltura que lhe valeu o apelido carinhoso de “macaco” entre seus companheiros. Os índios o chamavam de Nhambiguá Caraíba, homem branco bom. Seu nome era Sérgio e era capitão, quando o mal lhe cruzou o caminho. 
  A Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, guerreiro sem medo, pediram que matasse inocentes, que derramasse sangue. Um brigadeiro assassino ordenou-lhe que explodisse um gasômetro, trucidasse estudantes, atentados terroristas que desencadeariam um verdadeiro massacre em resposta a um suposto golpe atribuído a “comunistas”.

   A proposta desse assassino fardado não era nova nem original. Já funcionara na Alemanha, sob o nazismo, quando atrocidades inomináveis foram cometidas e justificadas por militares e civis sob a alegação de estar apenas “cumprindo ordens”.

Sergio era de outra estirpe. Com a coragem, determinação e desassombro de quem tem alma e caráter disse não ao criminoso e evitou o que poderia ter sido a maior tragédia humana de nossa História. A ira dos criminosos no poder caiu sobre ele como um raio. Tiraram-lhe quase tudo. Não adiantou figuras históricas como o Brigadeiro Eduardo Gomes, lutarem por ele e tomarem a sua defesa. O arbítrio e o crime mandavam naquele triste Brasil dos anos de chumbo.

Sérgio perdeu a farda, o trabalho e a alegria. Só não puderam quebrar sua integridade e honra, sua firmeza de homem e soldado, um soldado que dizia preferir a pior das democracias à melhor das ditaduras.

Sérgio jamais pleiteou anistia por considerar que anistia é esquecimento, perdão, e julgava – com absoluta razão – que seu gesto de resistência, sua desobediência a uma ordem criminosa eram exemplos a serem seguidos.

Exemplos de predomínio do bem e da consciência sobre o crime e a cegueira. Se ao longo da história, tivéssemos tido mais Sérgios quantos crimes não teriam sido evitados?

Só os grandes homens tem coragem de resistir como ele resistiu. Sergio lutou incansavelmente e até o final de sua vida pela justiça que lhe era divida. Foi derrotado pela doença e morreu sem poder ver a sua vitória, devido à pequenez de um presidente da república: Itamar Franco, que – mesmo sabendo que o capitão estava ferido de morte, acometido de um câncer terminal – e tendo o decreto promovendo-o a brigadeiro sobre a sua mesa, esperou a morte do herói para assiná-lo. Tal é a pequenez de alguns homens deste grande país.

É este grande homem, Sérgio, este brasileiro ímpar, este companheiro de todos nós que estamos homenageando aqui hoje. Homens como o brigadeiro Sergio Ribeiro Miranda de Carvalho, o imortal Sérgio Macaco, estarão para sempre vivos nos corações e mentes da nação brasileira. Saudemos o glorioso capitão da vida. Capitão Sérgio Presente!

Fritz Utzeri

Correspondência com o professor Marcos Bagno

 Postei abaixo uma mensagem sobre a exposição "Menas - o certo do errado e o errado do certo". Disse também que um dos prinicipais formuladores desse modo de entender e denunciar os chamados preconceitos linguísticos, é o professor Marcos Bagno. Há algum tempo atrás tive o prazer de me corresponder, ainda que brevemente, com essa figura admirável, e resolvi postar a conversa aqui no blog.
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Prezado Marcos Bagno,

 Só hoje, 23 de fevereiro de 2008, pude ler sua carta à revista Veja de 2001. Infelizmente meu talento litarário não me possibilita traduzir o prazer e a emoção que senti em ler seu arrazoado pondo a discussão da norma culta em uma perspectiva verdadeiramente crítica. Há poucos meses começei a ler o seu belo livro " A norma (o)culta", mas nem pude terminá-lo porque uma amiga que trabalha com saúde e educação me pediu de empréstimo e ainda aguardo a devolução. Pretendo, assim que possível, terminá-lo e começar a leitura de outros livros seus.
 Trabalho com Educação Musical nas redes públicas do Rio de janeiro e de Duque de Caxias, na baixada fluminense. Encontrei no seu trabalho muita inspiração para desenvolver minha prática educativa  e minha luta contra os preconceitos que, assim como no campo linguístico, se multiplicam no campo da música. Estou organizando uma oficina intitulada: "O ser e o som: Ecologia, Linguagem e Invenção na Educação Musical", voltada para professores da rede pública de Duque de Caxias. Alguns de seus livros estão na bibliografia que indico aos professores.
 Sem querer tomar mais o seu tempo, eu me despeço parabenizando-o mais uma vez por emprestar o seu brilhantismo às boas causas do nosso tempo.
 Um forte abraço desse seu sincero admirador,
 Ricardo Moreno de Melo

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Caro colega Ricardo,
é muito bom abrir a caixa postal numa manhã nublada de domingo e encontrar uma mensagem tão estimulante quanto a sua. Fico sempre muito contente quando recebo reações de pessoas que atuam em outras áreas que não especificamente a das Letras. Isso mostra que os problemas que tento debater afetam a vida das pessoas de modo muito mais amplo.
Por coincidência, este mês saiu uma grande entrevista minha na revista Caros Amigos (com foto na capa e tudo!). Como é uma revista que se sustenta pelo trabalho dos próprios jornalistas, tentando manter uma linha indepedente da grande mídia (vinculada ao poder nacional e internacional), faço a divulgação para ajudar a preservar esse importante projeto. Conto com a sua colaboração.
Boa sorte em seus projetos e um abraço do

Marcos Bagno – Universidade de Brasília
www.marcosbagno.com.br

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Prezado Professor Marcos Magno,

 Foi também com muita prazer que recebi a sua resposta. Quanto à revista Caros Amigos eu já estou ciente que ela traz este mês uma entrevista com o senhor. Já fiz, inclusive, a divulgação da mesma, e espero ansiosamente que chegue amanhã para que eu possa comprá-la.
 Gostaria de lhe contar, sem querer tomar demasiadamente o seu tempo, um pequeno acontecimento ocorrido em uma escola em que trabalho. Certo dia eu estava finalizando meu trabalho em uma escola, e ouvi duas professoras do primeiro segmento conversando sobre um determinado aluno que falava "tudo errado". Naquele momento eu estava no meio da leitura do seu livro "A norma (o) culta", e não pude deixar de perceber que as referidas professoras estavam, como é de certa forma um costume entre professores, rindo dos supostos "erros" do garoto. Com todo cuidado eu me intrometi na conversa delas e tentei relativizar aquilo que seriam os "erros" do garoto. Para dar um tom mais relaxado a conversa falei para ela de uma história que ouvi sobre um certo poeta nordestino chamado Zé da Luz (nome ótimo para poeta, não acha?). Disse para elas que o tal poeta tinha sido informado que poesia era coisa para gente "culta", "inteligente", em suma, para gente que "sabe escrever". Foi  daí que o poeta escreveu a deliciosa peça "ai se sesse". Creio que o senhor conheça essa poesia, de todo modo transcrevo-a abaixo.
 Tentei dessa forma chamar a atenção das professoras para as "variedades dialetais", e para a necessidade dos professores entenderem sua posição de mediadores culturais, e não meros instrutores de normas. Sei que essas coisas são difíceis e que tomadas de consciência são processos que às vezes demoram. Mas não pude deixar de tentar interferir naquele momento.
 Bom, creio que  já tomei demais o seu tempo e acrescento apenas que é um prazer dialogar com uma personalidade tão inspiradora e fecunda como o senhor.
 Um abraço!
 Ricardo Moreno de Melo

Ai Se Sêsse

Composição: Zé Da Luz
Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arruminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Talvez que nois dois ficasse
Talvez que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse.
 

Menas - o certo do errado e o errado do certo

 Ganha cada vez mais visibilidade, ao menos em certos setores mais arejados, a idéia de que os "erros de português" cometidos principalmente pelas camadas mais baixas da população brasileira devem ser colocados em uma perspectiva crítica. Isto quer dizer que eles, os erros, têem de ser vistos sob o prisma da história, das relações de força que operam na sociedade, etc. Essa perspectiva não é tão recente quanto parece. Ela já está no livro de Bourdieu "Economia das trocas linguísticas". 
 O professor da UNB Marcos Bagno tem sido um dos mais aguerridos intelectuais que atuam na defesa dessa perpectiva. Claro que não é o único, mas tem se destacado nos debates sobre o tema. Ele escreveu vários livros sobre o assunto: "A norma (o) culta" ; "Não é errado falar assim: em defesa do português brasileiro" e "Preconceito linguístico: o que é, como se faz".
 Nessa perspectiva então, o Museu da Língua Portugêsa, em São Paulo, está realizando uma exposição intiulada "Menas - o certo do errado e o errado do certo" . Se não for possível vê-la de perto, ao menos podemos dar uma "navegada" pela site da exposição. O link segue abaixo:

http://www.poiesis.org.br/mlp/expo/menas/index.html

Resposta da candidata Dilma

Resposta da candidata Dilma Roussef às tolices proferidas pelo candidato da moderna direita brasileira (digo moderna para a contrapor à direita antiga: Arena, PFL, DEM), quando chamou o governo da Bolívia de sócio do narcotráfico.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

ainda sobre as "denúncias" de José Serra

 O amigo e fotógrafo Antonio Augusto Fontes me enviou este pequeno texto que complementa a postagem que fiz sobre as declarações do candidato José Serra sobre Evo Morales.
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Bastante interessante essa denúncia do Serra sobre o Morales. Se um internauta curioso digitar no google as palavras "narco presidente" poderá se surpreender com cerca de um pouco mais de 64.000 referências ao Álvaro Uribe e sua famiglia. Curiosamente não se vê nenhuma referência a qualquer outro presidente no mundo além do Sr. Uribe. A pesquisa revelará também a folha corrida do pai, Alberto Uribe que era braço direito do megatraficante Pablo Escobar e que teve sua extradição decretada pelo governo americano. Só a influência do filho poderoso conseguiu sustar a extradição. O avô também era ligado ao narcotráfico assim como grande parte dessa oligarquia colombiana que apoia o governo Uribe e sua política de aliança com o exército americano para "combater o narcotráfico". Nem Kafka faria melhor!...
   Acho que vivemos em tempos surrealistas!

 Abs.

A.A.

proyecto censurado

    Enviarei este link abaixo para alguns colunistas da mídia brasileira, tais como Diogo Mainardi, Arnaldo Jabor e Fernando Mitri, entre outros, sempre tão ciosos na defesa de liberdade de imprensa. Isto porque o link abaixo remete para o site de um projeto chamado "proyecto censurado", cujo foco está em relacionar notícias que são sistematicamente boicotadas pelos grandes meios de comunicação. Evidentemente esses citados articulistas acima não conhecem o projeto, pois se conhecessem já teriam lhe dado visibilidade, uma vez que são ardorosos defensores da liberdade de expressão. Recentemente a notícia "censurada" dizia respeito a Venezuela de Chávez, personagem tão do agrado da grande imprensa. A notícia dá conta de que os acordos da Venezuela com Cuba no campo da saúde, tem dado resultados muito positivos. O programa "Barrio adentro", por exemplo, oferece serviços de qualidade e gratuitos para amplas parcelas da população pobre do país. A notícia também assinala que levando-se em conta o coeficiente Gini (parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países) a Venezuela é o país com menor desigualdade do continente latino-americano.
 Segue abaixo os links para a matéria completa, e também um link para o site do "proyecto censurado":


Até onde chega a irresponsabilidade de um candidato?

     Bastou que as pesquisas começassem a apontar a vitória da candidata do PT, Dilma Roussef, pra que o candidato do psdb mudasse o seu figurino eleitoral, e partisse para um perfil mais "agressivo". Mas quem conhece esse candidato sabe que seu perfil é do tipo "sair atropelando" mesmo, afinal não foi outra coisa que ele fez com o Aécio. Segundo se fala em Brasília o Serra "passou o rodo" no pré-candidato das Minas Gerais dissuadindo-o com ameaças de revelar um suposto envolvimento de Aécio com cocaína. Mas o que eu queria comentar mesmo é a falta de respeito, de tato político e outras coisas mais, no caso em que Serra declarou (dia 26 de maio) que o governo boliviano é cúmplice do narcotráfico naquele país. É patente a estupidez do candidato, pois seria normal e de bom tom dizer que o estado de São Paulo é cúmplice do PCC, e que portanto é um narco-governo pelo simples fato de que o governo do estado não consegue debelar os grupos armados? O mesmo se poderia dizer do Rio de Janeiro também? Agora imaginem a situação (que o povo brasileiro com certeza não permitirá que aconteça) do Serra vir a ser presidente do Brasil. Como ficariam as relações diplomáticas entre Brasil e Bolívia? Esse episódio levou o O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia a definir o tucano como “o exterminador do futuro da política externa” do país.
   Mas é bom que o candidato mostre bem o seu perfil e que encaminhe seu discurso para um campo mais ideológico, pois aí as coisas vão ficando ainda mais claras.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Barbárie e modernidade

O professor e pesquisador Michael Löwy publicou recentemente um belo artigo sobre as tendências bárbaras inerentes à modernidade. Logo de início ele trabalha com duas definições do que seja bárbaro: falta de civilização e agressividade cruel. Pensando nessa última definição ele reflete que a história do século 20 nos obriga em uma “barbárie civilizada”. O "processo civilizador", como definiu Norbert Elias, tem em um de seus aspectos mais importantes, o monopólio da violência pelo estado. Esse monopólio impediria que agíssemos "barbaramente" uns contra os outros no sentido de resolvermos nossas diferenças através da violênicia. Mas o problema é que esse monopólio facultou ao estado um poder descomunal, e isto somado aos aportes tecnológicos potencializou a crueldade e a agressividade. Diz ele que "Se nós nos referimos ao segundo sentido da palavra “bárbaro” -atos cruéis, desumanos, a produção deliberada de sofrimento e a morte deliberada de não-combatentes (em particular, crianças)- nenhum século na história conheceu manifestações de barbárie tão extensas, tão massivas e tão sistemáticas quanto o século XX".
 Na sequência Löwy utiliza Rosa de Luxemburgo e Kafka para demonstrar como a modernidade se erige sob o signo da crueldade e da barbárie, agora não mais entendido o termo bárbaro como aquele que se encontra fora dos limites da civilização, mas ao contrário: o "bárbaro civilizado".
 Para ler o artigo na íntegra, é só seguir o link abaixo:

Uma noite em 67

 Está marcado para o dia 30 de julho o lançamento do filme "uma noite em 67", sobre o festival daquele ano. É mais um documentário sobre música popular brasileira. Quem viu o filme no festival "é tudo verdade", diz que é um belo filme. Abaixo o link para o trailer no youtube.



segue também o site do filme:

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Eleição 2010: Entrevista com Emir Sader

Eleições no Brasil: Entrevista com Emir Sader
Paula Coutinho e Gisele Ortolan *
  
Setores emergentes decidem a eleição, projeta cientista político.

O cientista político Emir Sader é um dos principais pensadores da política de esquerda no Brasil. Em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre, ele analisa o cenário eleitoral deste ano e sustenta que não há como fugir do debate plebiscitário entre a candidatura de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), a partir das gestões do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e do petista Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Ele argumenta que, num cenário de avaliação entre as duas gestões, a eleição acabará sendo decidida com os votos dos setores populares que, amparados pelas políticas sociais, melhoraram suas condições de vida e tiveram acesso a bens fundamentais.
Forte crítico da administração tucana, acrescenta que o plano de Serra é chegar ao governo para implementar um pacote econômico com duro ajuste fiscal, repetindo a fórmula do PSDB. Em contraposição, como colaborador na formatação do plano de governo de Dilma, Sader informa que, além da manutenção da política econômica, as diretrizes do programa serão educação, habitação e saneamento básico. "O pré-sal vai ser a grande fonte para fazer isso", acrescenta.
A reportagem e a entrevista é de Paula Coutinho e Gisele Ortolan e publicada pelo Jornal do Comércio. Para acessá-la siga o link:

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Paulo Francis e seu amigo José Serra.

  Li este artigo abaixo e fiquei pensando na existência de Deus. Explico: é que faço uma brincadeira na qual um determinado fato ocorrido é tão interessante que só pode ter acontecido pelo fato de Deus existir. Não basta que o fato seja positivo, mas sim das condições em que tal coisa aconteceu. No caso, fiquei pensando nisso porque a morte de Paulo Francis não foi uma morte qualquer. Ele morreu do próprio veneno. Sim! porque ele era especialista em "criar" fatos. Mentia, chantageava, enfim... era um embusteiro profissional. Mesmo assim, e talvez por isso, era adulado e tido como um grande intelectual. Mas leiam a mensagem que recebi e conheçam ou relembrem as razões da morte dessa criatura repulsiva e o esforço de seu amigo, um tal de José Serra, para tentar salvá-lo.

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Entre a ida e a volta para BH, no avião, li o livro Paulo Francis – Polemista profissional, espécie de perfil que Paulo Eduardo Nogueira acaba de lançar pela editora da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Nunca gostei de Paulo Francis e o considero uma das maiores fraudes criadas pelos intelectuais de direita no Brasil.
.
Francis foi um jornalista medíocre, dono de um repertório vasto de citações e nenhuma ideia própria que fosse realmente aproveitável. Oportunista, foi da esquerda para a direita quando lhe conveio. Era um elitista confesso, além de xenófobo e homofóbico. No auge da crise do governo de Fernando Collor, defendeu o presidente usando termos racistas: “Collor vencerá porque é rico e branco”. Sentava-se à mesa com governantes e negociava favores. Era um capacho das elites.

No programa do qual participava, o Manhattan Connection, exibido no Brasil pela GNT, em 1997, Francis acusou, sem provas, os diretores da Petrobrás de possuírem 50 milhões de dólares em contas na Suíça. O presidente da estatal meteu-lhe um doloroso processo: pediu 100 milhões de dólares junto à justiça americana, alegando que o programa era transmitido nos EUA para assinantes de canais brasileiros na TV a cabo.

Francis passou meses atormentado pelo processo, do qual não conseguia se livrar. Todos os seus amigos, aqueles que antes o adulavam, tiraram o corpo fora. Não quiseram, obviamente, aliar-se a um falsário. Houve, contudo, algumas exceções. No último parágrafo da página 19 encontrei o seguinte trecho:

“O então senador José Serra intercedeu junto ao presidente Fernando Henrique Cardoso, que até ali se mantivera omisso, embora fosse amigo de Francis, para se chegar a um acordo com a estatal. FHC nada fez, o que também decepcionou profundamente o Francis”

Nunca aquela velha máxima -- diga-me com quem andas e te direi quem és -- me pareceu tão apropriada.
.
Pouco tempo após a abertura do processo, Francis morreria de ataque cardíaco. Ao contrário do que estampou a Veja, na edição daquela semana, nunca fez falta ao Brasil.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Ao sul da fronteira - filme de Oliver Stone

Ainda não vi o filme , mas me parece importante que seja dito em alto e bom som que novos protagonistas surgem no horizonte da modernidade-mundo. A fatura não está liquidada e nunca estará, pois é da dinâmica do mundo dos homens a possibilidade de mudança. Parabéns a Oliver Stone por estar antenado com os novos rumos da política. Um mundo sem dúvida muito complexo, mas por isso muito interessante.

Lula, o Irã e os abutres de sempre II

    A diplomacia brasileira representa hoje uma das poucas chances de interlocução do Irã com o mundo ocidental. E olha que sem essa interlocução talvez as coisas sejam bem piores.  Mesmo assim há aqueles (e não são poucos) que acham que Lula não deveria dialogar com quem manipula eleições, ou com quem construir uma bomba atômica. Agora uma coisa é engraçada: ninguém acharia de bom tom que o governo brasileiro não converssasse com os EUA quando o presidente era o Bush, que protagonizou aquele escândalo eleitoral. Não invocavam com tanta veêmencia essa tal de "ilegitimidade" eleitoral quando se trata dos EUA. E por que não se questiona o poder bélico nuclear americano, ou israelense? Desconfia-se do que o governo iraniano é capaz de fazer, mas não se lembram do que o governo americano já fez... lembremos Hiroshima e Nagasaki. E como falar em atrocidade sem se indignar com Israel... que tal propor o fim do relacionamento diplomático com este país racista e imperialista onde há tortura legitimada pelo estado (acho que é o único caso no ocidente). Não defendo a extinção de Israel, mas quando se conhece um pouco do que está acontecendo lá, é bem difícil não sentir enjôo. Não gosto de estados religiosos como Irã e Israel, mas outra coisa é desprezá-los como possíveis parceiros. Aconselho a leitura do texto sobre essa história do Irã, do grande pensador alter-mundista Noam Chomsky (link abaixo).

Lula, o Irã e os abutres de sempre

 O comentarista esportivo Milton Neves, da Rede Bandeirantes, deve ter levado uma "chamada" dos seus superiores na última segunda-feira. Isso porque fugindo de sua pauta - e pareceu que foi uma inciativa expontânea -, ele, mesmo afirmando que não votou em Lula pra presidente, se derramou em elogios ao presidente pelo grande feito nas negociações no Irã. Logo a seguir de seu inesperado rompante lulista, o âncora Ricardo Boechat, tratou de se esforçar para tentar minimizar o feito do presidente em terras árabes. Aliás, este esforço foi comungado por grande parte da nossa mídia. Só não foi possível ir mais além porque os meios de comunicações internacionais não subservientes aos Estados Unidos, estavam indo, em certa medida, em outra direção. Notório é que os EUA, na figura pricipalmente de Hillary Clinton, continuam arrogantes como sempre foram.
 O feito do presidente Lula inspirou o jornalista e articulista da revista "Caros Amigos", Georges Bourdoukan, a escrever o que vai abaixo:

O MUNDO TEM UM LÍDER !!
O nome dele é Lula e a humanidade agradece. Mas todo cuidado é pouco. Israel e Estados Unidos farão de tudo para melar o acordo assinado. Com apoio da mídia. Israel e Estados Unidos precisam de inimigos. E quando não os há, eles os inventam. A História é cheia de exemplos.  Eles precisam da violência para sobreviver.

domingo, 16 de maio de 2010

abaixo assinado da campanha pela memória e pela verdade da OAB

Nós, abaixo assinados, apoiamos a Campanha pela Memória e pela Verdade, desenvolvida pela OAB/RJ, em defesa da abertura dos arquivos da repressão política no período da ditadura militar.

Nós, abaixo assinados, consideramos que é direito das famílias dos desaparecidos conhecerem o destino de seus entes queridos.

Nós, abaixo assinados, estamos convictos de que o conhecimento pleno do que ocorreu nos porões da ditadura durante os chamados anos de chumbo é importante para se evitar a repetição da barbárie. Um país que não conhece sua História está fadado a repetir os erros.

Por fim, esperamos que as autoridades do Executivo e do Legislativo, a quem se destina este documento, determinem as providências necessárias para que seja dada publicidade aos arquivos, criando assim as condições para uma verdadeira reconciliação nacional.

http://www.oab-rj.org.br/forms/abaixoassinado.jsp

Marina Silva tem o maior índice de rejeição segundo Vox Populi

 A mesma pesquisa da vox populi que aponta pela primeira vez a candidata do governo, Dilma Roussef, a frente do candidato José Serra, aponta também que o maior índice de rejeição é o da candidata Marina Silva. Fiquei pensando quais as razões desse rejeição, se ele for realmente verdadeira. Claro que não é fácil de explicar, mas de qualquer forma eu confesso que ficaria em dúvida quando me perguntassem em quem eu não votaria de maneira alguma. Em certo sentido, apesar de apoios interessantes (porém ingênuos, na minha opinião), creio ser Marina pior que Serra. Isso porque ela trabalha em um eixo discursivo despolitizado que aponta para uma esperança que não está no horizonte possível da política contemporânea. Refiro-me as propostas de governabilidade "limpa" isenta de mácula e outras coisinhas difícil de acreditar quando o seu partido é o PV. Ora, quem acompanha um pouco os alinhamentos políticos sabe o que é o PV brasileiro. Sempre operando nessa linha discursiva do "novo", da "esperança" etc., mas fazendo todos os tipos de arranjos tradicionais: participaram do governo do PFL (César Maia) no Rio de Janeiro, e se articularam com o PSDB (em particular com o pessoal da privataria) na campanha do Gabeira também no Rio. Que tipo de novidade é essa? Difícil de levar a sério, não acham? Até me faz lembrar o candidato Cristóvam Buarque quando perguntado em 2006, sobre como comporia um governo ético sem toma-lá-dá-cá. Ele respondeu que chamaria as lideranças dos partidos e explicaria que queria fazer uma nova gestão para um novo Brasil, etc. Fiquei pensando naqueles quadros fisiológicos do PTB ou do PMDB ouvindo o ex-reitor da UNB e se sensibilizando ante propostas tão legais... difícil de acreditar, não?
  É preciso que se diferencie a esperança ingênua do tipo cristã, que serve mais para apaziguar nossas próprios consciências, de uma esperança verdadeiramente política que aponte rumos e efetive os sonhos.

Sai a primeira pesquisa que aponta Dilma na frente.

   A pré-candidata do PT à Presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff, aparece pela primeira vez à frente do pré-candidato do PSDB, o ex-governador de São Paulo, José Serra, em pesquisa de intenção de votos do Instituto Vox Populi, divulgada ontem.
   Na pesquisa estimulada, o levantamento traz a petista com 38% das intenções de voto, em empate técnico com Serra, que tem 35%. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos. Dois mil eleitores, moradores de 117 cidades (nas cinco regiões brasileiras), foram ouvidos.


   No levantamento anterior feito pelo instituto, em abril, Serra tinha 34% das intenções de voto, contra 31% de Dilma. Num eventual segundo turno entre Dilma e Serra, os dois candidatos também estariam tecnicamente empatados. A petista teria 40% e o tucano 38%, dentro, portanto, da margem de erro.
    A pesquisa espontânea - quando o eleitor abordado pelos pesquisadores diz em quem vai votar - também aponta a liderança da petista Dilma Rousseff. Ela aparece com 19% das intenções de voto, enquanto Serra tem 15%. Em janeiro, cada candidato obteve 9% das intenções de votos espontâneos.