sábado, 24 de outubro de 2009

manifesto em defesa do MST

Intelectuais, artistas e pessoas das mais diferentes áreas se articulam nesse momento em torno de um manifesto em defesa dos trabalhadores rurais e seu grande movimento, o MST. Essa iniciativa visa produzir um fato político que marque uma posição contra a grande ofensiva parlamentar-midiática que tenta criminalizar o movimento social. Segundo alguns analistas o que de fato está por trás dessa ofensiva é a tentativa de desvirtuar o foco da questão principal: a revisão dos índices de produtividade rural.
Segundo recente pesquisa do IBGE continua no Brasil uma tendência de concentração de terra, em um país já marcado pela grande concentração fundiária. E tem mais, conforme já publicamos aqui mesmo no blog a necessidade da revisão não se dá apenas por uma questão social, o que já justificaria sua implementação,mas também por uma questão de produtividade mesmo e de segurança alimentar, visto que mais da metade do que é consumido no Brasil, não vem do agronegócio e sim das pequenas propriedades familiares.
É flagrante a necessidade de fazer avançar a luta do MST. Convoco a todos que concordam com essa tese a assinar o manifesto cujo link segue abaixo.



http://www.petitiononline.com/boit1995/petition.html

Todos os olhos de Tom Zé

Esta capa ao lado é a capa do disco "Todos os olhos", um famoso lp do Tom Zé lançado em 1973. O disco é maravilhoso, com arranjos bem transados e criativos, letras bem sacadas e tudo mais. A capa, que tem uma coisa assim meio enigmática foi durante muitos anos, inclusive o Tom Zé confirmava isso, um deboche do artista para com a censura, no qual apareceria na estampa um ânus com uma bola de gude. Segundo era contado, a idéia era do poeta concretista Décio Pignatari. Pois bem, o título, como já disse, era "Todos os olhos" e a graça estava em brincar com a idéia de associação entre olho da face e o olho do cu, mas sem que, naturalmente, os censores percebessem. De fato, segundo está escrito no blog "Mopho discos", a tentativa foi feita, e uma jovem, namorada de Reinaldo um integrante da agência de publicidade do Décio, responsável pela realização da capa, seria a modelo para a tal proeza.
A moça foi facilmente convencida (que tempos loucos estes, hein...), e numa tarde qualquer do ano de 1972, lá foram os dois para um motel para fazer a foto. Até aí tudo corria bem, o problema viria logo em seguida com as dificuldades técnicas que surgiriam. O negócio se mostrou mais difícil do que se pensava, e era um tal de vira pra lá e vira pra cá, um monte de bolinhas de gude rolando pelo chão do quarto, e nada de se conseguir fazer com que uma delas (a bolinha) parasse no centro do orifício anal da jovem. Ao cabo de algumas horas de tentativas acabaram desistindo. Reinaldo voltou a agência de disse ao Pignatari que não foi possível. Ele até levou algumas fotos que conseguiu fazer, mas não estava a contento. Décio pediu que Reinaldo tentasse outra vez, e este hesitou, pois não tinha certeza de que conseguiria convencer a moça a outra sessão. Conseguiu, mas ao invés de irem a um motel, os dois foram para a casa de uma amiga da moça. Mas antes mesmo que começassem a sessão de tortura, quer dizer de fotos, a moça teve uma idéia: por que não utilizar um outro orifício imitando o ânus. Qual? A boca. Nossa, que labirinto de imitações. A idéia era fazer o cu imitar o olho, e agora ampliavasse o circuito de simulações fazendo com o que o olho imitasse o cu que estava imitando o olho. Entenderam?? Isso deixaria Platão - avesso a imitações-, desnorteado.
E assim foi feito. A foto que aparece na capa é a de uma boca, mas não importa, todo espírito de rebeldia e deboche estão ali presentes. O citado blog acima conta que o próprio Tom Zé ao saber dessa história deu uma grande gargalhada dizendo: "f.d.p. me enganaram esse tempo todo, há, há, há.
Acho que toda esse história, se se confirmar como verdadeira, torna esta a capa mais importante da música popular brasileira.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

fotos da leitura do pavão misterioso




Tentei postar essas fotos juntas com o texto abaixo, mas não foi possível. Elas foram tiradas logo em seguida à leitura do Romance do pavão misterioso. Tentei também postar um vídeo que fiz, mas era muito grande e não foi possível. Essa turma aí é a 1701 da Escola Emiliano Galdino.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

literatura de cordel em sala de aula

Estou desenvolvendo um projeto com duas turmas do sétimo ano (antiga sexta série), que visa o desenvolvimento da leitura a partir dos romances de cordel. Nessa empreitada lemos diversos folhetos: "história de Lampião", "proezas de João Grilo", "a peleja de Riachão com o diabo", e, claro, "o romance do pavão misterioso". É muito interessante perceber como a exigência da leitura rítmica induz o aluno a uma leitura mais fluente. Fizemos vários exercícios de expressão, para que a história pudesse ser assimilida por um ouvinte imaginário.
É curioso também que a estrutura de sete sílabas, presente na maioria dos romances de cordel, também está presente na maior parte, ou pelo menos em boa parte dos funks que a rapaziada canta. Esse paralelismo, se pudemos chamar assim, facilita muito as coisas, para que eles compreendam o "desenho" rítmico dessa forma poética.
Muitos outros dividendos podem ser extraídos dessa atividade, pois ela mexe com muitos aspectos. A nossa atração por histórias, por exemplo. Não é novidade para ninguém o fascínio que elas exercem em talvez todos os seres humanos. Os alunos, nesse sentido, se mostraram bem interessados pelos enredos, pelos aspectos jocosos da história, enfim, pela narratividade como um todo.
Há um outro aspecto também muito intressante. A literatura de cordel funciona como se fosse uma dobradiça entre o univesos das tradições orais e escritas. Ela é sem dúvida um literatura escrita, mas que guarda em si todo um sabor das narrativas orais. É como se fosse uma escrita para ser lida em voz alta, como num passado em que a voz vivificava o texto. A leitura silenciosa é um hábito, se não recente, pelo menos tardio com relação a leitura em voz alta. Nas próprias condições "originais" de consumo dos folhetos, era muito comum a leitura em voz alta para uma audiência que não dominava o código da leitura. Há um estudo da professora Ana Maria de Oliveira Galvão, sobre processos de letramentos realizados entre 1930 e 1950, período de grandes vendagens dos folhetos, no interior de Pernambuco. A pesquisadora descreve verdadeiros processos de letramento em torno da leitura/escuta de romances populares. Mostra como grupos sociais, que se encontravam fora das instituições como a escolar tradicionalmente mediadoras da alfabetização, se inseriam na cultura escrita através da “socialização do escrito” nas rodas de leitura dos romances de cordel.
Enfim, esse é um assunto palpitante que dá margem a uma série enorme de desdobramentos e reflexões.







domingo, 18 de outubro de 2009

Blog para baixar discos

O compartilhamento de arquivos sonoros é uma realidade contra a qual não é possível mais se lutar para impedir. Nesse sentido apresentamos aqui um blog co-irmão que está disponibilizando na rede uma série de discos raros ou simplesmente interessantes. Vale a pena conferir.

http://encantoradical.blogspot.com/

as 100 canções mais ouvidas a cada ano...

Gente, é o seguinte, tem um site na internet que é muito interessante. O cara simplesmente fez um levantamento das canções mais tocadas desde o ano de 1904. É um levantamento difícil de fazer, pois só para dar uma idéia da dificuldade o rádio começou no Brasil em 1922. De todo modo, é muito interessante dar uma olhada.

http://www.planetarei.com.br/100anos/index.htm