sábado, 1 de maio de 2010

coca-colla boliviana

Iniciativa privada boliviana lança na Bolívia, com apoio de Evo Morales, uma bebida energética com base na folha de coca. consta que em várias ocasiões o presidente Morales anunciou sua intenção em estimular iniciativas de industrialização dos excedentes de folha de coca, como forma de evitar o seu uso na fabricação de cocaína. Mas, já espero os ataques e insinuações da extrema direita midiática, que o governo boliviano está pactuando com os narcotraficantes, ou qualquer baboseira assim. Vejam o vídeo:

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Segue abaixo um pequeno trecho de uma entrevista recente de Chico Buarque feita originalmente para a revista Brazuka, uma publicação bilíngue sobre cultura brasileira que circula em Paris e Bruxelas.

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Você acabou de citar o Le Monde. Para nós, que trabalhamos com comunicação, sempre existiu uma crítica pesada contra os veículos de massa no Brasil. Você acha que existe um plano cruel para imbecilizar o brasileiro?

Não, não acredito em nenhuma teoria conspiratória e nem sou paranoico. Agora, aí é a questão do ovo e da galinha. Você não sabe exatamente. Os meios de comunicação vão dizer que a culpa é da população, que quer ver esses programas. Bom, a TV Globo está instalada no Brasil desde os anos 60. O fato de a Globo ser tão poderosa, isso sim eu acho nocivo. Não se trata de monopólio, não estou querendo que fechem a Globo. E a Globo levanta essa possibilidade comparando o governo Lula ao governo Chavez. Esse exagero.


Você acha que a mídia ataca o Lula injustamente?

Nem sempre é injusto, não há uma caça às bruxas. Mas há uma má vontade com o governo Lula que não existia no governo anterior.

E o que você acha da entrevista recente do Caetano Veloso, onde ele falou mal do Lula e depois acabou sendo desautorizado pela própria mãe?

Nossas mães são muito mais lulistas que nós mesmos. Mas não sou do PT, nunca fui ligado ao PT. Ligado de certa forma, sim, pois conheço o Lula mesmo antes de existir o PT, na época do movimento metalúrgico, das primeiras greves. Naquela época, nós tínhamos uma participação política muito mais firme e necessária do que hoje. Eu confesso, vou votar na Dilma porque é a candidata do Lula e eu gosto do Lula. Mas, a Dilma ou o Serra, não haveria muita diferença.

O que você tem escutado?

Eu raramente paro para ouvir música. Já estou impregnado de tanta música que eu acho que não entra mais nada. Na verdade, quando estou doente eu ouço. Inclusive ouvi o disco do Terça Feira Trio, do Fernando do Cavaco, e gostei. Nunca tinha visto ou ouvido formação assim. Tem ao mesmo tempo muita delicadeza e senso de humor.


http://www.outraspalavras.net/?p=1175 

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tom zé em um discurso anti-colonial

Ao assistir o documentário "fabricando Tom Zé" resolvi extrair essa parte, que vocês podem ver abaixo, e colocá-la no youtube. Vejo Tom Zé como uma das pessoas mais autênticas do atual circuito da música popular brasileira. Sei que "autêntica" é expressão por demais arestosa, mas qual palavra não trás em si um milhão de sentidos? Não é? Enfim... mas o papo não é esse. A questão é que em uma simples passagem de som para um show no festival de Montreaux, na Suíça (país cujo nome no meu "Dicionário de etimologias falsas" é a origem da palavra suicídio)o nosso querido Tom, se sentido desrespeitado por aqueles que deveriam estar ali para proprocioná-lo as melhores condições para a execução do seu trabalho, resolve produzir um discurso que revelou-se uma verdadeira peça anti-colonial da melhor qualidade. Divirtam-se e idignem-se.

Lula é eleito pessoa mais influente do mundo pela revista "Time"

  Não acho que nós precisemos do aval dos EUA, ou de qualquer outro país para que possamos reconhecer os méritos de um dos nossos. Mas acho importante que esses reconhecimentos internacionais sejam reverberados por aqui, principalmente para que os que fazem a crônica política e sofrem de um complexo colonial terrível (leia-se Veja, CBN, Estadão, etc) possam ver que o que eles próprios não vêem, os de fora vêem. Pois é, a revista Time acaba de publicar a sétima lista anual  das 100 pessoas mais influentes do mundo, divulgada hoje (29 de abril) no site da revista, que coloca o presidente Lula no topo dos líderes mundiais. Não se trata só de ser um dos mais influentes, mas de ser, segundo a pesquisa que fizeram, o líder mais influente.
  Segundo o cineasta Michael Moore, que se encarregou de elaborar um perfil do presidente para a revista, "Lula é um autêntico filho da classe trabalhadora latino-americana, que esteve preso uma vez por liderar uma greve". Moore ainda destacou as conquistas de Lula para levar o seu país "ao Primeiro Mundo". Acho que Lula tem méritos pessoais para todo esse frisson criado em torno de sua figura, mas é preciso destacar que ele faz parte de um conjunto de forças que ganhou peso em função do momento histórico no qual está subsumido. Esse conunto de forças aponta para uma inflexão nas diretrizes políticas hegemônicas nas décadas 1980 / 1990. O sucesso de Lula deve-se, em parte, a uma obviedade que salta aos olhos: o processo de acumulação leva inexoravelmente milhões de pessoas ao empobrecimento e a exclusão. Lula, nesse sentido, tornou-se um atenuador da miserabilidade criada pelas chamadas políticas neo-liberais. A extrema esquerda (sim, ela ainda existe) acha isso um crime tão grave quanto ser um neo-liberal. Enfim... parece que milhões de brasileiros e mais um tanto de milhões no mundo não pensam assim. 

domingo, 25 de abril de 2010

o que Mano Brown, dos Racionais Mc's, tem a dizer sobre José Serra

Tem-se dito que aquele potencial crítico abrigado outrora na MPB, encontra-se agora alojado no moviemento hip-hop, através do rap. Isso não quer dizer que a MPB esteja obrigatoriamente destituída dessa potência. Mas talvez até por uma questão classista, são os "manos" da periferia que tenham coisas fortes pra dizer. Veja por exemplo o caso da tortura. Durante a ditadura militar no Brasil, os jovens de classe média que se insurgiram contra ela foram vitimados por essa odiosa instituição (por mais que a Folha de São Paulo insista numa "ditabranda"). Mas agora os tempos são outros, e as vítimas da violência policial são preferencialmente jovens pretos e pobres das periferias das grandes cidades. Os números são estarrecedores. Por uma questão classista, então, não é mais a MPB, claramente identificada com a classe média, a fazer a crônica desses dias difíceis para tantos jovens. Surge então com caráter de denúncia, mas não só, os "rappers", tais como Rappin hood; Sabotage (ja falecido vítima de violência); Gog, MV Bill e Mano Brown, que abaixo dá uma declaração sobre o presidenciável José Serra. VEjam o que ele diz: