quinta-feira, 8 de julho de 2010

LITERATURA EM CLIMA DE COPA DO MUNDO

Inspirada pelo clima da Copa do Mundo 2010, a Litteris está promovendo um concurso literário onde você poderá escrever, em qualquer gênero literário, sobre o universo do futebol. Assim, escolha um assunto sobre o futebol, seus ídolos ou curiosidades e peculiaridades deste esporte e participe do I Concurso Literário Jogando com as Palavras.
Para este certamente, cada participante poderá concorrer com até 2 (duas) obras, em língua portuguesa, em qualquer gênero literário, com até 60 linhas cada uma.
As inscrições estarão abertas até o dia 20 de JULHO de 2010 e você poderá enviar sua obra pelo formulário eletrônico do site http://www.litteris.com.br, pelo e-mail concursos@litteris.com.br, para a sede da Editora, na Av. Presidente Vargas, 962/1411 - Centro - 20071-002- Rio de Janeiro - RJ (válido carimbo postal) ou ainda para a Caixa Postal 150 - 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ (válido carimbo postal).



Aproveite a oportunidade de homenagear um jogador, técnico, seleção ou contar curiosidades e peculiaridades próprias do esporte mais praticado em todo mundo! Afinal, outro concurso como este, só daqui há quatro anos!

Brigam Espanha e Holanda...

Tem uma música de Milton Nascimento sobre um texto de Leila Diniz que fala justamente da guerra entre Holanda e Espanha. Quer dizer, não sei se o texto se refere a guerra entre os dois países. Aliás eu nem sabia que tinha havido guerra entre eles, achava que era apenas uma forma poética de dizer que enquanto uma certa visão de mundo faz a guerra para obter poder sobre um outro, uma outra visão afirma que as coisas "pertencem" a quem as amam. Seja como for, em tempo de disputa futebolística (que é sem dúvida uma sublimação da guerra) eu recordei desse canção. Diz a letra:

Um cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco

Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
O mar é das gaivotas
Que nele sabem voar
O mar é das gaivotas
E de quem sabe navegar.
 
Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
Brigam Espanha e Holanda
Porque não sabem que o mar
É de quem o sabe amar.


Heródoto Barbeiro fora do Roda Viva

Comenta-se em São Paulo que deve-se a pressões de José Serra o afastamento do jornalista Heródoto Barbeiro do programa Roda Viva, da TV Cultura. Barbeiro questionou o candidato do PSDB acerca dos pedágios de São Paulo, frutos de duas administrações tucanas (uma delas do próprio Serra). Serra ficou nitidamente irritado. Bom, levando-se em conta o que o tucano fez com seu próprio correligionário Aécio Neves este ano, e com Roseana Sarney há alguns anos atrás, é perfeitamente possível que tenha sido ele mesmo o responsável pelo afastamento do âncora.
 Vejam abaixo o momento do questionamento:

Loucuras de um âncora

 Hoje de manhã ouvindo um programa da rádio Bandeirantes (Bandnews) ouvi um comentário do âncora Ricardo Boechat, que só pude considerar, no mínimo, como um desrespeito a minha inteligência. O fato é que Boechat estava comentando sobre o programa "A hora do Brasil", e no mesmo ele dizia que esse tipo de programa era típico de governos autoritários e que já existe programas jornalísticos em quantidade e qualidade suficientes para ainda termos que aturar um jornalismo chapa-branca e coisa e tal. Dizer que o programa "A hora do Brasil" é chato, é apenas uma opinião, e nesse caso, cada um tem a sua. A questão é que ele afirmava acreditar que essa é a opinião do povo brasileiro. Eis aí um viés típico das grandes mídias, qual seja, o de confundir seus próprios interesses com os interesses do "povo brasileiro". Eles acreditam, ou querem nos fazer acreditar, que veículam democraticamente o interesse ou a opinião das pessoas. Que são apenas veículo dos interesses da maioria.
 Ora, acreditar nisso, prá dizer pouco, é se candidatar ao troféu velhinha de Taubaté (quem não lembra dessa personagem do Veríssimo?), pois se há uma questão do nosso tempo, é a luta pela democratização das comunicações. E não estou falando apenas do Brasil. Basta saber o que está acontecendo hoje na Argentina, na Venezuela e em tantos outros lugares.
 Em um certo momento do seu comentário, o âncora disse uma verdadeira pérola: "pra que ainda existe esse tipo de programa obrigatório (A hora do Brasil), se já temos uma mídia plural e diversificada, que atende todos os interesses da população?". Um achado, não concordam? Bom, fiquei tão indignado que enviei uma mensagem para o programa, que exponho abaixo:
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Ouço quase todos os dias uma boa parte do programa de Ricardo Boechat, e posso dizer que é um programa muito bem feito e as vezes até divertido. Mas não posso concordar quando a opinião do programa se junta a uma tendência geral da mídia monopolista brasileira, quando pensa a si mesmo como sendo "a opinião pública". Refiro-me ao comentário do Boechat sobre o programa "a hora do Brasil". Não é possível confundir os interesses das empresas, como o da própria Band, com os interesses das pessoas. Eu pessoalmente não sei se o povo brasileiro votaria a favor da extinção desse programa em um plebiscito. Eu gostaria que não acabasse, mas não posso dizer que esse seja o desejo do povo. Outra coisa: dizer que há pluralismo nos meios de comunicação, é no mínimo uma grande desinformação, para não dizer outra coisa. Aconselho assistirem o documentário de Jorge Furtado, o mesmo de "Ilha das flores", chamado "Levante sua voz". O documentário traz uma breve história da concentração dos meios de comunicação no Brasil, com os nomes dos principais atores do cenário, e um panorama sobre a dificuldade de se ter uma comunicação mais democrática no país. O mau uso das concessões públicas começa na própria rede bandeirantes, empresa na qual o proprietário usa a rede pra defender interesses dos ruralistas, grupo do qual faz parte.
 Esperando não ter ofendido suscetibilidades, despeço-me respeitosamente.

domingo, 4 de julho de 2010

MPF pede atualização dos índices de produtividade da terra

 O assunto parece estar em banho maria, mas há alguns meses atrás destacamos aqui a luta de parte significativa da mídia e principalmente da rede bandeirantes, cujo proprietário é membro destacado de uma associação de fazendeiros, contra a revisão dos índices de produtividade da terra, com vistas a reforma agrária. A questão é simples: está na constituição brasileira a ideia de que a terra tem uma função social e sendo assim para que a mesma seja considerada produtiva é preciso que ela atinja determinada produtividade. O ministério da reforma agrária cumprindo suas obrigações, iniciou no ano passado um processo de estudo que visava justamente estabelecer novos índices, visto que os mesmos, que estão em vigência, são de 1975 e encontram-se totalmente devasados. A grita da bancada ruralista foi enorme, e ganhou ainda mais eco por conta da cumplicidade da grande mídia com esse setor. É bom que se diga só de passagem, que é essa mesma bancada ruralista que tenta e consegue impedir a PEC do trabalho escravo. Enfim, a questão da revisão dos índices não acabou, e é isso que nos conta a matéria abaixo, escrita pelo jornalista Jorge Américo.

 MPF pede atualização dos índices de produtividade

 A medida poderá tornar viável a desapropriação das terras improdutivas que não cumprem função social


Se for julgada procedente a ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF), o governo deverá atualizar os índices de produtividade no campo. Os atuais índices foram elaborados em 1975 e desconsideram os investimentos, pesquisas e desenvolvimento tecnológico ocorridos em 35 anos.

A medida poderá tornar viável a desapropriação das terras improdutivas que não cumprem função social. Por essa razão, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sofre pressão para manter os atuais índices. Esta é a avaliação do integrante da organização Terra de Direitos, Fernando Prioste.

“O governo já havia anunciado no ano passado a intenção de fazer a atualização dos índices e a resistência veio justamente por questões políticas, por não aceitarem o processo de reforma agrária, que é desencadeado por desapropriação de propriedades que não cumprem sua função social.”

O MPF considera que os estudos prévios já desenvolvidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário podem servir de referência para a atualização. No entanto, Fernando avalia que os entraves são políticos e não dependem apenas de pareceres técnicos.

“Com certeza, a mesma oposição que se faz em relação à atualização dos índices tem o mesmo fundamento da questão da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do Trabalho Escravo. Eu acredito que não existe uma racionalidade técnica que possa indicar por que não se pode fazer expropriação de terras onde seja encontrado trabalho análogo ao escravo.”

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a bancada ruralista do Congresso e empresas transnacionais ligadas ao agronegócio, como a Syngenta e a Monsanto são os principais opositores da atualização dos índices de produtividade.