sábado, 6 de novembro de 2010

O fotógrafo Antonio Augusto Fontes em entrevista ao Canal Brasil

Belíssima esta entrevista dada ao canal Brasil pelo fotógrafo Antonio Augusto Fontes. Para quem ainda não conhece, Antonio Augusto é um dos grandes da fotografia brasileira contemporânea e nessa entrevista, dada ao programa "foto em cena" do canal Brasil, ele nos fala um pouco de sua vida e da sua obra. Vale a pena ver:



Ao Sul da fronteira

Imperdível!

Finalmente um dos documentários mais esperados do ano! Do aclamado diretor Oliver Stone, "South of the Border" é certamente um filme que irá fazer despertar muita gente!

A imprensa latino americana é por tradição alinhada com a norte americana. Se pensarmos que esses grupos na verdade fazem parte de um mesmo grupo internacional (mídia, petroleiras, farmacêuticas, bancos, etc.), que detém cerca de 80% de todos os canais de TV, das rádios, jornais e revistas do mundo ocidental, fica fácil saber o porquê desse alinhamento.

E não é difícil notar que esse grupo constantemente cria no imaginário coletivo, através de notícias, a ideia de que sempre estamos sendo ameaçados por alguma terrível nação ou ditador, que merecem, por isso, ser alvos de golpes de Estado e Guerras.

Mas, nos últimos anos, a América do Sul mudou radicalmente a forma de ver seus governantes. Apesar de 95% da mídia tradicional massacrar diariamente os presidentes "desobedientes" em relação às políticas dos EUA, todos contam com enorme apoio popular.

Provavelmente o mais desobediente de todos seja Hugo Chávez, e que por isso seja tão demonizado por quase toda a mídia internacional. Essa demonização veio arquitetada justamente por uma das personalidades mais odiadas do mundo: George W. Bush e toda sua equipe de Governo, ligadas às corporações.

O documentário visa justamente quebrar alguns dos mitos criados pela mídia oligárquica, e de desmascarar as mentiras noticiadas frequentemente e trazer uma mensagem de esperança rumo a um caminho que deixaria todos os países latinos muito melhores: A Integração.

(Comentários: Docverdade)
 
 
 
 

Sobre os 3% que não aprovam o governo Lula.


  Vejam a que ponto chega o nível de ensandecimento de parte da nossa imprensa. Em um artigo para a Folha de São Paulo (o jornal que emprestava carros para a ditadura matar e torturar, como diz sempre um amigo), o jornalista João P. Coutinho, escreve sobre os níveis de aprovação do governo Lula, segundo as últimas pesquisas. Num tom quase místico o articulista tenta exaltar o contingente mínimo de 3% que desaprova o governo (neste índice estão os que dizerm ser péssimo ou ruim o governo). Ele chega às altas esferas do sublime místico de exaltação quando diz "quando penso nessa gente residual, marginal, divinal...". Nâo é pouca coisa. Quem quiser se divertir (se nao se enojar antes) é só dar uma olhada no artigo seguindo o link abaixo. Em seguida posto um e-mail que enviei para o jornalista (não perco essa mania)

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/823639-os-heroicos-3.shtml


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Prezado colunista da Folha de São Paulo,

 Por acaso tive o desprazer de ler um artigo seu cujo foco era expressar seu apreço pelos 3% de brasileiros que desaprovam o governo Lula. Que o senhor tenha direito de dizer com todas as letras o que pensa é legítimo e me incluo entre aqueles que daria a própria vida para garantir este direito. Mas, em nome da democracia que ambos defendemos, sinto-me no dever de expressar o que penso sobre seu artigo. Um primor de cinismo! No meu entender o senhor se inclui entre aqueles supostos bem pensantes do país, que são contratados pela grande imprensa para emitir a opinião do chefinho dono do jornal (oh!!! Quão pequenas são essas almas). Aliás, foi o que vi abundantemente nessa campanha eleitoral: sociólogos e jornalistas a soldo dos interesses menores das corporações midiáticas, supostamente emitindo opiniões abalizadas. Ora, ora... divinizar 3% da população brasileira como sendo o melhor que nós temos é querer, como dizia minha boa vó, "fazer dos mais, bestas".
 Creio que no fundo o senhor, como boa parte das corporações acima citadas, desprezam a democracia, e instituem como salvaguarda da inteligência do país um grupelho de sabichões que não chegam a encher um ônibus (aliás, vocês devem ter ojeriza de ônibus, não?). No fundo o senhor e gente da mesma estirpe, acreditam que os bem pensantes deveriam reger o país e determinar seus destinos. Só resta saber se esse minguado grupo teria capacidade, por exemplo, de dar corpo à cultura do país, uma vez que a mesma é criada e re-criada diariamente por um conjunto de pessoas chamadas pela direita brasileira de "massa mal cheirosa". Bom, é verdade que vocês se deliciariam com Ivete Sangalo e Caetano Veloso... bom proveito!!!
 Ricardo Moreno

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Em cada esquina da internet, uma Auschwitz virtual. Reflexo da campanha tucana, diz Mauro Carrara

  Vale a pena ler esse artigo que trata das articulações fascistas do momento.
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Em cada esquina da internet, uma Auschwitz virtual. Reflexo da campanha tucana, diz Mauro Carrara


Por Mauro Carrara

 Durante a II Guerra Mundial, milhões de judeus foram enviados a campos de concentração e extermínio pelo governo nazista de Adolf Hitler.

No entanto, no principal complexo da morte, Auschwitz-Birkenau, na Polônia, foram encarcerados também membros da resistência democrática, intelectuais, artistas, religiosos, elementos considerados anti-sociais, ciganos e homossexuais.

Cidadãos alemães, poloneses, franceses, italianos, russos e de outras nacionalidades, inclusive crianças e idosos, encontraram ali a angústia de seus últimos dias.

Pelo menos 2 milhões de seres humanos foram mortos nessas instalações. Muitos pereceram nas câmaras de gás, envenenados pelo pesticida Zyklon B.

Não por acaso, o sistema remete à campanha informal “afogue um nordestino”, em curso nas redes sociais virtuais brasileiras, movida por militantes da candidatura derrotada de José Serra à presidência da República.

A autora da proposta é a estudante de Direito paulista Mayara Petruso, para quem os nordestinos são “vagabundos” que “fazem filho” para receber benefícios do programa Bolsa Família.

De acordo com os seguidores do grupo, como Maxi Franzoi, ativo no Twitter, a perseguição é legítima. Segundo o jovem, as nordestinas “nem banho tomam” e não há chuveiros instalados na região.

A campanha de perseguição aos diferentes movida pela juventude tucana, porém, alcança outros grupos minoritários divergentes.

Amarela azeda e aleijado FDP

Na comunidade Brasil (1,3 milhão de membros), da rede Orkut, por exemplo, a professora sansei Marina Okuhara, procurava argumentar civilizadamente em favor das políticas de distribuição de renda no Brasil quando foi chamada de “amarela azeda”, “vaca oriental sem bunda” e intimada a deixar o Brasil e se mudar para a “Coreia do Norte”.

Agressões e graves ameaças também têm sido registradas contra nortistas (os “índios burros”, como escreveu um simpatizante de José Serra no Twitter), cariocas, mineiros, bolivianos, homossexuais, deficientes físicos, negros e obesos.

Na rede Orkut, o termo “aleijado filho da puta tem que virar sabão” foi utilizado várias vezes, entre risadas escritas, contra um estudante portador de necessidades especiais que defendia a candidatura de Dilma Rousseff.

Nas rotulagens padronizadas por esses grupos, cariocas são “traficantes e prostitutas”, mineiros são “comedores de pão de queijo vendidos”, bolivianos são “sub-raça que infecta São Paulo”, homossexuais são “pecadores aidéticos” a serem eliminados, deficientes são “estorvos”, negros são “indolentes” (embora muitos revoltosos afirmem até mesmo conversar “normalmente” com eles) e obesos compõem a “escória da raça”.

O último tipo de classificação gerou até mesmo um novo “esporte” universitário. Na Unesp, um grupo de alunos instituiu o chamado “Rodeio das Gordas”, que também ganhou uma comunidade na rede Orkut e inúmeras adesões no Twitter.

Durante uma festa, os rapazes saltavam sobre as costas das garotas consideradas obesas e as dominavam por estrangulamento. Diante do desespero das vítimas, os “cowboys” berravam: “pula, pula, gorda bandida”.

Logicamente, os esquerdistas recebem um tratamento especial na Internet. Nomeados “comunistas de merda”, devem se transferir para Cuba ou para o Vietnã. Frequentemente recebem ameaças físicas.

O Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães, por exemplo, registrou logo após as eleições um “aviso” do gênero, escrito por um certo Ruiz:

- Vocês estão fudidos, nem que a gente tenha que quebrar vocês na rua… só no taco de baseball e se vier é melhor cair dentro neném, que aqui não tem perdão

Esses movimentos têm umbilical relação com as campanhas movidas pelas tropas de choque virtuais da candidatura do PSDB à presidência. Um olhar mais atento atestará que os animadores das gangues da intolerância estiveram empenhados na propaganda tucana.

Sabe-se, portanto, de onde vem essa educação para a hostilidade. Os exemplos de cima são muitos e variados, capazes de gerar e consolidar uma cultura de intransigência e ódio.

Em 2005, num evento com empresários, por exemplo, o político catarinense Jorge Bornhausen, do atual DEM, foi questionado sobre um suposto desencanto com a política. E respondeu da seguinte forma:

- Desencantado? Pelo contrário. Estou é encantado, porque estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos.

Em 2006, numa entrevista ao SPTV, da Rede Globo, o então candidato tucano ao governo paulista foi interrogado pelos apresentadores sobre as causas do péssimo desempenho da educação no Estado mais rico do país.

Sem titubear, Serra colocou a culpa nos migrantes e ainda deturpou os dados sobre movimentação populacional interna, alegando que “muita gente continua chegando” a São Paulo.

Com a derrota nas urnas no dia 31 de Outubro, os guerreiros do atraso, influenciados pela TPF, pela Opus Dei, pela Tribuna Nacional, pelos monarquistas e pela ala reacionária e golpista do episcopado brasileiro, revelam-se decididos a manter a cruzada pela desestabilização do país.

Portanto, muito cuidado, especialmente se você ousou votar em Dilma, se está entre os 49% de gaúchos e 46% de paulistas “vermelhos”, se simpatiza com a esquerda, se tem princípios humanistas, se segue a lição do verdadeiro Cristo, se é nordestino, se é nortista, se é carioca, se é mineiro, se ainda vive de maneira humilde, se foi beneficiado pelo Prouni, se é oriental, se é afro-descendente, se é ameríndio, se sua família tem origem em outro país latino, se é contrário à entrega de Itaipu e Petrobrás aos amigos de FHC e também se ganhou uns quilinhos a mais…

Em cada esquina virtual, tem uma Auschwitz a sua espera. E o Hélio Bicudo continua calado.

Mayara Petruso e o proto fascismo brasileiro

  O episódio Mayara Petruso no qual esta jovem de classe média paulistana destilou todo seu ódio classista e racista foi apenas mais um episódio instrutivo dessa passagem eleitoral. Em um post na sua página no twitter a jovem incita ao assassinato de nordestinos. Diz ela: "SP, mate um nordestino afogado!". Ainda acrescenta ataques ao bolsa família, ao qual se refere como "bolsa 171", e por aí vai. Não creio que seja possível generalizar esse pensamento e afirmar que ele representa a mentalidade de São Paulo, ou de toda sua classe média. Não!! Seria insensato. Mas também creio que não seja correto afirmar que seja este um caso totalmente isolado. Eu mesmo já senti na pele esse tipo de raciocínio, se é que se pode chamar assim, que atribui aos nordestinos a responsabilidade pelos grandes problemas brasileiros (não era isso que Hitler fazia com relação aos judeus??).
  Lembro que recém chegado ao Rio nos idos de 1983, encontrei um sujeito num elevador, onde havia mais algmas pessoas, que dizia claramente em alto e bom som, que o Rio de Janeiro não era mais como antigamente, e a culpa por esta decadência era "desses nordestinos". Ele falava olhando para o grupo como que pedindo o assentimento dos demais, e sem se dar conta de que eu era um daqueles culpados pela decadência do Rio de Janeiro. Mas como eu não preenchia os requisitos biotípicos que ele tinha na cabeça de como era o "verdadeiro" nordestino (sim, porque esse pessoal vive de estereótipos), ele insistia para que concordássemos com ele. Um idiota!!
  Mas voltando ao caso Mayara, é preciso reconhecer que este não é um caso tão isolado assim. Ele expressa uma fatia social de viés nitidamente fascista que por ora, me parece, encontra-se desorganizada. Não sei se o José Serra e sua campanha concordam com isto, mas sei que sua candidatura expressaria,s em dúvida, o interesse dessa parcela "nazi" da sociedade. Não é difícil imaginar que nos ambientes íntimos dessas casas-grandes circulem esse tipo de assunto criando assim uma espécie de caldo de cultura racista, que deixa marcas fortes nas formações subjetivas de seus jovens, que por sua vez vão ser novos agentes da perpetuação do ódio e do desprezo pelo outro.
   O episódio é lamentável, mas mais do que lamentar devemos estar atentos aos rumos das coisas. Não um, mas vários "ovos de serpentes", como na expressão de Bergman, podem estar sendo gestados na contemporaneidade. Só para não pensar que Mayara está só nessa linha de raciocínio, acredito que seja interessante dar uma olhada nesse vídeo:




terça-feira, 2 de novembro de 2010

NEM O APARTHEID DERROTARIA DILMA...

NEM O APARTHEID DERROTARIA DILMA

Mesmo que o Nordeste - onde Dilma teve 10.717.434 de votos a mais do que Serra - fosse excluído do acesso às urnas, como acalentam o elitismo preconceituoso e a extrema direita política, ainda assim a petista venceria o tucano por um saldo de 1,3 milhão de votos, ou 0,9%. 


A PRESIDÊNCIA DE UM PROJETO HISTÓRICO

Passada a refrega eleitoral de 12 milhões de votos -- vantagem de Dilma sobre Serra-- 'formuladores' tucanos e jornalistas associados tentavam ansiosamente, ontem, em diferentes sessões televisivas, e hoje, nos jornais, curar cicatrizes fundas com unguentos falsos. Um deles, o mais ingenuo, endossado pelo candidato derrotado em seu pronunciamento, sugere que o robusto revés dos votos credenciou Serra a ocupar o posto de líder da oposição a Dilma Rousseff. A união oposicionista que ancora esse raciocícnio é puro miolo de pote, não existe. Sintomático foi o desconcertante antagonismo entre um discurso pretensioso, embora calcado em lugares comuns ginasianos --"estamos apenas começando'; não é um adeus, mas um até logo'-- e o gélido isolamento do derrotado. Dos dez governadores eleitos pela oposição, apenas Geraldo Alckmin fazia figuração ao lado de Serra depois que as urnas deram seu veredicto. Ninguém se baldeou do estado de origem para prestigiar o 'novo líder da oposição' na sua hora mais difícil. São prenúncios de que o ex-governador de SP, a partir de agora, é serio candidato a virar pasta de atum no acerto de contas com desafetos e tubarões da coalizão demotucana. A eles Serra se impôs mais pelo uso da truculência abaixo da linha da cintura, do que pelo endosso a um projeto ou a uma vontade manifesta. Se projeto havia no caso da sua candidatura era autobiográfico. Sugestivamente, trata-se de um critério que a mídia demotucana considera legítimo, da mesma forma que manifesta estranhamento em relação à arquitetura oposta, dardejada com manifestações de ignorancia depreciativa. O estranhamento é recíproco. Dilma sempre se colocou como candidata de um projeto histórico, que tem em Lula seu principal líder e fiador. Nisso reside a sua força, assim como no oposto individualista mora o esfarelamento previsível de Serra. Se o tucano sai menor das urnas, como disse o Presidente Lula, o desafio de Dilma, a partir de agora, será consolidar as linhas de passagem que tornem transparente aquilo que de fato ela representa e seu governo deve espelhar: constituir-se em um novo patamar de aglutinação das forças sociais e da respectiva agenda de prioridades a elas associadas nos oito anos de governo Lula. Somente esse sentido coletivo de projeto, ausente no repertório da direita nativa e de seu candidato, dará a Dilma a base necessária e a clareza de objetivos para avançar. Nesse sentido, certas lições reiteradas mais uma vez nesta campanha não podem ficar de fora do reordenamento de prioridades para os próximos anos: uma delas é a necessidade de se romper o monopólio midiático para que a democracia brasileira possa, de fato, ser o regime cujo poder emana do povo. 
 
Carta Maior - 02/11
 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

500 anos esta noite

500 anos esta noite
Pedro Tierra



De onde vem essa mulher
que bate à nossa porta 500 anos depois?
Reconheço esse rosto estampado
em pano e bandeiras e lhes digo:
vem da madrugada que acendemos
no coração da noite.
De onde vem essa mulher
que bate às portas do país dos patriarcas
em nome dos que estavam famintos
e agora têm pão e trabalho?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem dos rios subterrâneos da esperança,
que fecundaram o trigo e fermentaram o pão.
De onde vem essa mulher
que apedrejam, mas não se detém,
protegida pelas mãos aflitas dos pobres
que invadiram os espaços de mando?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem do lado esquerdo do peito.
Por minha boca de clamores e silêncios
ecoe a voz da geração insubmissa
para contar sob sol da praça
aos que nasceram e aos que nascerão
de onde vem essa mulher.
Que rosto tem, que sonhos traz?
Não me falte agora a palavra que retive
ou que iludiu a fúria dos carrascos
durante o tempo sombrio
que nos coube combater.
Filha do espanto e da indignação,
filha da liberdade e da coragem,
recortado o rosto e o riso como centelha:
metal e flor, madeira e memória.
No continente de esporas de prata
e rebenque, o sonho dissolve a treva espessa,
recolhe os cambaus, a brutalidade, o pelourinho,
afasta a força que sufoca e silencia
séculos de alcova, estupro e tirania
e lança luz sobre o rosto dessa mulher
que bate às portas do nosso coração.
As mãos do metalúrgico,
as mãos da multidão inumerável
moldaram na doçura do barro
e no metal oculto dos sonhos
a vontade e a têmpera
para disputar o país.
Dilma se aparta da luz
que esculpiu seu rosto
ante os olhos da multidão
para disputar o país,
para governar o país.
Brasília, 31 de outubro de 2010