sábado, 10 de outubro de 2009

Celso Amorim - melhor chanceler do mundo?

Direto do Blog do Paulo Henrique Amorim. Aliás, há tempos atrás eu dizia que o Celso Amorim era meu candidato à presidência da república.


Amorim é o melhor chanceler do mundo. O que farão os da Globo ?


Na foto, uma reação espontânea ao assistir à entrevista de um chanceler da Globo

Na foto, uma reação espontânea ao assistir à entrevista de um chanceler da Globo

O portal Vermelho chama a atenção para texto da revista americana The New Foreign Policy, que considera Celso Amorim o melhor chanceler do mundo, já que nenhum outro conseguiu “com tanta eficácia uma transformação de tal magnitude do papel internacional de seu país”.

Temos aí, amigo navegante, um problema muito sério.

Como ficarão os chanceleres de O Globo e do PiG (*)?

Celso Lafer, Luiz Felipe Lampreia, Rubens Barbosa, Marcos Azambuja e até o Farol de Alexandria, que foi Ministro das Relações Exteriores do Governo Itamar (**)e deixou marca indelével na política externa brasileira (qual, mesmo, hein?)

Como ficam esses chanceles ou wanna-be chanceleres que vão para a Globo e para o PiG (*) meter o pau no Brasil, e não abrem mão da aposentadoria que recebem do Itamaraty ?

É um problema sério.

Assistiremos a uma cerimônia coletiva de cortação de pulsos …

Paulo Henrique Amorim

(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Fernando Henrique tinha tanta vontade de ser chanceler que aceitou o convite de Collor e chegou a nomear o Secretario Geral do Itamaraty, Sebastião do Rego Barros. O Covas é que não deixou ele ser chanceler de Collor.

Golpe em Honduras - uma outra visão

É abslutamente inacreditável o modo como compramos notícias truncadas e torcidas. Essa manipulação visa única e exclusivamente a construção de uma representação, ou produção de consenso, para satistazer determinados grupos políticos. Mas as vezes penso que o PIG (partido da imprensa golpista) está indo longe demais. A ausência de contradito é um sintoma e tanto da parcialidade das "notícias" dos jornalões. Estou dizendo isso com referência ao caso do golpe militar de Honduras (e olha que quase eu me referia a "crise" hondurenha como faz o PIG). Durante todo o tempo a grande mídia quase dizia c om todas as letras que o golpe foi um acontecimento para salvaguardar os interesses democráticos daquele país, pois o presidente Manoel Zelaya, este sim, um verdadeiro golpista, queria alterar a constituição para se reeleger. Ou seja, o golpefoi democrático. O ra, pensava eu, foi isso que fizeram vários presidentes da América Latina, incluindo FHC no Brasil. E ademais, alterar constituições não é nenhuma ilegalidade, desde que seja encaminhado através de conjunto de forças que representem (sei que esta palavra é complicada) o interesse da maioria.
Mas o fato é que, em uma matéria para a revista de história da biblioteca nacional, o cientista político hondurenho naturalizado brasileiro Carlo Domínguez, afirma que o golpe não foi por causa da tentativa de re-eleição do presidente Zelaya, pois este nem sequer era candidato por nenhum partido para as eleições que aconteceriam em novembro deste ano. O que está efetivamente por trás de todas essa movimentação golpista , segundo Domínguez, eram as transformações constitucioanais propostas pelo governo, que visava, entre outras coisas, a criação de consultas populares que não se restringissem unicamente às consultas eleitorais. aí fica a pergunta: esse dado não era conhecido de nossos jornalistas? Impossível!
Quem quiser ler a matéria na íntegra (ela é bem curtinha) é só clicar no link abaixo:

http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=2673

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Baião de Luiz Gonzaga com as flautas de Maria Carolina e Lucas Leandro

e mais as percussões de Isaac, Jackson e Erick.

Os povos originários do Equador

Há muitos anos atrás, em uma festa com pessoas da esquerda latino-americana, eu ouvi de uma uruguaia, que nós brasileiros somos vistos na América Latina como arrogantes e metidos. Fiquei pasmo, pois jamais imaginei que pudéssemos ser vistos dessa forma. Ela acrescentou que a nós brasileiros não interessava nada que dissesse respeito ao nosso continente, e que só nos interessamos por assuntos referentes a Europa ou aos EUA. De fato me dei conta de que sabemos muito pouco do nossos vizinhos. Sabemos muito pouco de literatura, por exemplo, e mesmo assim, nos interessamos pelos que foram "reconhecidos" pelo dito primeiro mundo.
A matéria cujo link ponho aqui em baixo, nos ajuda a entender um pouco sobre as discussões que estão se dando hoje no Equador. Não foi à toa que o Noam Chomsky se referiu recentemente à América Latina, ou Abya Yala como nos informa o professor Carlos Walter, como o "lugar mais estimulante do mundo". Discussões sobre temas como a constituição de um Estado plurinacional faz avançar a compreensão sobre novas formas organizativas, cujos princípios se assentam em outras bases epistemológicas. Segundo a Elaine Tavares, autora da matéria da revista Caros Amigos, os "povos originários" - organização indígena equatoriana - apoia o governo do Rafael Correa, mas ao mesmo tempo aponta para contradições históricas que clamam por serem equacionadas. A matéria nos instrui muito a cerca das contradições presentes no Governo Correa. Mas não poderia ser diferente. De todo modo, é flagrante como existe o diálogo e como os indígenas são ouvidos (ao invés de olvidados como sempre foram).
Recomendo a leitura. Entrem no link abaixo e cliquem na matéria "as origens do Equador".
Boa leitura!!

http://carosamigos.terra.com.br/

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

o MST e a destruição das laranjas....

Meus amigos e amigas, furar o cerco diário do PIG (partido da imprensa golpista) é um exercício trabalhoso, porém necessário. É verdade que hoje com os recursos da internet e em particular com o trabalho dos blogs a coisa ficou mais fácil. Ainda hoje escutei a Dora Kramer lançar seu veneno contra o MST, falando sobre a CPI do MST, e sobre uma "destruição" de um laranjal perpetrada pelos comunistas raivosos (meu Deus, por que ainda ouço essas coisas???). Fico sempre tentando decifrar e entender o que de fato está por trás da "notícia". Mas muitas vezes não consigo, pois nem sempre tenho os dados necessários. Enfim... Eis aqui uma carta aberta da Comissão Pastoral da Terra, sobre o ocorrido.





CPT

A Coordenação Nacional da CPT vem a público para manifestar sua estranheza diante do “requentamento” por toda a grande mídia de um fato ocorrido na segunda feira da semana passada, 28 de setembro, e que foi noticiado naquela ocasião, mas que voltou com maior destaque, uma semana depois, a partir do dia 5 de outubro até hoje.

Trata-se do seguinte: no dia 28 de setembro, integrantes do MST ocuparam a Fazenda Capim, que abrange os municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi, região central do estado de São Paulo. A área faz parte do chamado Núcleo Monções, um complexo de 30 mil hectares divididos em várias fazendas e que pertencem à União. A fazenda Capim, com mais de 2,7 mil hectares, foi grilada pela Sucocítrico Cutrale, uma das maiores empresas produtora de suco de laranja do mundo, para a monocultura de laranja. O MST destruiu dois hectares de laranjeiras para neles plantar alimentos básicos. A ação tinha por objetivo chamar a atenção para o fato de uma terra pública ter sido grilada por uma grande empresa e pressionar o judiciário, já que, há anos, o Incra entrou com ação para ser imitido na posse destas terras que são da União.

As primeiras ocupações na região aconteceram em 1995. Passados mais de 10 anos, algumas áreas foram arrecadadas e hoje são assentamentos. A maioria das terras, porém, ainda está nas mãos de grandes grupos econômicos. A Cutrale instalou-se há poucos anos, 4 ou 5 mais ou menos. Sabia que as terras eram griladas, mas esperava, porém, que houvesse regularização fundiária a seu favor.

As imagens da televisão, feitas de helicóptero, mostram um trator destruindo as plantas. As reações, depois da notícia ser novamente colocada em pauta, vieram inclusive de pessoas do governo, mas, sobretudo, de membros da bancada ruralista que acusam o movimento de criminoso e terrorista.

A quem interessa a repetição da notícia, uma semana depois?

No mesmo dia da ação dos sem-terra foi entregue aos presidentes do Senado e da Câmara, um Manifesto, assinado por mais de 4.000 pessoas, entre as quais muitas personalidades nacionais e internacionais, declarando seu apoio ao MST, diante da tentativa de instalação de uma CPMI para investigar os repasses de recursos públicos a entidades ligadas ao Movimento. Logo no dia 30, foi lido em plenário o requerimento para sua instalação, que acabou frustrada porque mais de 40 deputados retiraram seu nome e com isso não atingiu o número regimental necessário. A bancada ruralista se enfureceu.

A ação do MST do dia 28, que ao ser divulgada pela primeira vez não provocara muita reação, poderia dar a munição necessária para novamente se propor uma CPI contra o MST. E numa ação articulada entre os interesses da grande mídia, da bancada ruralista do Congresso e dos defensores do agronegócio, se lançaram novamente as imagens da ocupação da fazenda da Cutrale.

A ação do MST, por mais radical que possa parecer, escancara aos olhos da nação a realidade brasileira. Enquanto milhares de famílias sem terra continuam acampadas Brasil afora, grandes empresas praticam a grilagem e ainda conseguem a cobertura do poder público.

Algumas perguntam martelam nossa consciência:

Por que a imprensa não dá destaque à grilagem da Cutrale?

Por que a bancada ruralista se empenha tanto em querer destruir os movimentos dos trabalhadores rurais? Por que não se propõe uma grande investigação parlamentar sobre os recursos repassados às entidades do agronegócio, ao perdão rotineiro das dívidas dos grandes produtores que não honram seus compromissos com as instituições financeiras?

Por que a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), declarou, nas eleições ao Senado em 2006, o valor de menos de oito reais o hectare de uma área de sua propriedade em Campos Lindos, Tocantins? Por que por um lado, o agronegócio alardeia os ganhos de produtividade no campo, o que é uma realidade, e se opõe com unhas e dentes á atualização dos índices de produtividade? Por que a PEC 438, que propõe o confisco de terras onde for flagrado o trabalho escravo nunca é votada? E por fim, por que o presidente Lula que em agosto prometeu em 15 dias assinar a portaria com os novos índices de produtividade, até agora, mais de um mês e meio depois, não o fez?

São perguntas que a Coordenação Nacional da CPT gostaria de ver respondidas.

Goiânia, 7 de outubro de 2009.

Coordenação Nacional da CPT

Nota da Comissão Pastoral da Terra – Secretaria Nacional, publicada pelo EcoDebate, 08/10/2009


Fome Come

O que você vê neste vídeo é uma apresentação que fizemos em um Centro Cultural em Santa Cruz. É também uma demonstração de um trabalho que faço com alunos do 6º ano do ensino fundamental nas escolas em que trabalho. Aqui no vídeo, se apresentam nas latinhas os alunos Erick e Rodrigo; nos vocais: Maria, Camila, Jussena e Vitória; no chocalho o Jackson e no violão junto comigo a Alana.
Este trabalho foi desenvolvido originalmente por Paulo Tatit e Sandra Peres, e título da cançao é "Fome Come".

domingo, 4 de outubro de 2009

Entrevista com o educador Moacir Gadotti

Belíssima entrevista com o educador Moacir Gadotti. Imperdível para quem de alguma forma está ligado com o tema da educação. Gadotti trabalhou com Paulo Freire, e é hoje um dos mais destacados pensadores da educação no Brasil.



http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/EdicaoNoticiaIntegra.asp?id_artigo=7567

desdobramentos de uma reflexão original

Reflexões originais têm, muitas vezes, a capacidade de nos fazer pensar sobre coisas que normalmente passam desapercebidas. Práticas cotidianas que incorporamos em algum momento de nossas vidas e que nos acompanha quase como se fossem naturais. Aliás, a naturalização de processos sócio-culturais foi uma das "descobertas" feita pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, contra a qual ele lutou oferecendo subsídios teóricos para que esse processo fosse sempre desmascarado. Mas voltando às reflexões originais, eu estava pensando no artigo do Carlos Walter (postado aqui no blog), que discute justamente como o termo América Latina está "naturalizado" em nosso vocabulário sem que nos demos conta de que o mesmo remete a um campo de significados, portanto, de produção de sentidos.
Fiquei pensando, por exemplo, como no campo da música nós nos referimos à "música latina", ou quando queremos descrever uma música que ouvimos e dizemos assim: "ela tem uma 'levada' meio latina", para dizer que a tal música tem um swing assim meio salsa, mambo, etc. Ora, o termo "Latino", como nos mostrou Carlos Walter nos remete a uma matriz européia, ocultando ou tentando ocultar nossa formação negra e indígena. O que acontece é que essas músicas ou essas 'levadas' as quais nos referimos quando usamos o termo latino, é de fato afro-americana. Ocorre aí um verdadeiro sequestro simbólico. Um roubo, bem ao estilo das pilhagens coloniais.
É oportuno que fiquemos atentos a esses processos que estão embutidos em termos aparentemente neutros, para que não sejamos nós reprodutores e cúmplices dessas pilhagens.