sábado, 19 de junho de 2010

Ponto para a seleção argentina

Nos últimos dias tenho visto várias indicações para o prêmio nober da paz. Vi uma campanha que indica as mulheres africanas; vi a indicação do presidente Lula; e vi também a indicação do grupo argentino "Avós da Praça de Maio". Creio que todos mereçam. Mas o que pretendo registrar aqui é que a seleção argentina entrou em campo para um de seu jogos (acho que foi no primeiro contra a Nigéria), fazendo uma campanha em favor das argentinas (foto abaixo) e a foto sofreu o bloqueio dos grande meios de comunicação. Parece que também foi retirada do site youtube. Registremos o ponto positivo de "los hermanos", principalmente quando pensamos em nossos craques preocupados em manifestar suas "crentinices".

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago, um verdadeiro imortal!

É até difícil acrescentar mais alguma coisa a tantas declarações já feitas sobre o falecimento do grande escritor português José Saramago. Muito já foi dito inclusive sobre sua grandeza, para além do talento de escrever belos romances, em emprestar seu prestígio, sua sensibilidade e sua inteligência às boas causas do seu tempo. Como homenagem desse blog a essa grande personalidade do nosso século eu destaquei seu depoimento do documentário "Língua, vidas em português", no qual o escritor declara seu amor à língua portuguêsa.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Gramática brasileira

Alguns linguistas têm dito que é correto afirmar que existe uma língua brasileira. Não aprofundo a discussão por absoluta falta de competência, mas gosto de acompanhar as discussões. Quando li essa afirmação num texto do professor e linguista Marcos Bagno me lembrei de pronto de um samba de Noel Rosa chamado "não tem tradução". Lá pelas tantas diz o poeta: "Tudo aquilo que o malandro pronuncia / Com voz macia é brasileiro, já passou de português". Pois é, esses linguistas que estão arejando, digamos assim, as discussões em torno da norma culta e coisas afins, estão cada vez mais ganhando espaço e avançando. Mais um passo foi dado com o lançamento recente da "Gramática do Português Brasileiro" do professor Mário Perini. Ele diz que “A língua do brasileiro não é a língua que encontramos nos livros. É a língua falada pela totalidade da população, desde o trabalhador analfabeto na zona rural até o professor universitário ou o político. Na hora de conversar com os amigos, todos falamos basicamente a mesma língua”. Além de tratar das diferenças entre a língua oral e escrita, ele também discute sobre as noções do português ‘certo’ ou ‘errado’ – algo que, para ele, depende inteiramente do contexto: “A língua que eu uso para falar com amigos numa mesa de bar não pode ser a mesma que eu uso para escrever uma tese”, argumenta.
 Quem quiser pode ouvir uma bela entrevista do autor é só seguir o link abaixo:

Fé na festa – o novo álbum de Gilberto Gil

No final do mês de maio Gilberto Gil lançou mais um álbum na sua carreira: “Fé na festa”. O lançamento nesse período que antecede as grandes festas juninas não foi por acaso, pois o disco é repleto de baiões, xotes e xaxados. Não há nenhuma novidade no fato de Gil trazer em seu álbum esses gêneros musicais, pois ele sempre transitou com intimidade e maestria por essas plagas. Mas talvez o novo esteja na intensidade e quantidade em que esses gêneros aparecem. Eles dão mesmo a tônica do álbum, e nesse sentido podemos dizer que se trata de um disco “sanfônico”. O acordeom, instrumento que Gil também domina, é como uma espinha dorsal do álbum, se juntando muitas vezes a rabecas e flautas produzindo timbres muito bonitos.
                A única peça do disco que sai dessa atmosfera nordestina é a também bonita “não tenho medo da vida”, na qual Gil dialoga com uma canção de sua própria autoria intitulada “não tenho medo da morte”. Nesta última, faixa que integra o disco anterior – “Banda Larga Cordel” – Gil tematiza a morte e suas implicações sobre o próprio ato de viver. Em uma determinada estrofe ele diz: “não tenho medo da morte/
mas medo de morrer, sim / a morte é depois de mim / mas quem vai morrer sou eu / o derradeiro ato meu / e eu terei de estar presente / assim como um presidente / dando posse ao sucessor / terei que morrer vivendo sabendo que já me vou”
. É sem dúvida uma bela canção.
Já neste novo disco Gil se auto-parafraseia e diz que: “Não tenho medo da vida, mas medo de viver, sim / A vida é um dado em si, mas viver é que é o nó /
Toda vez que vejo um nó, sempre me assalta o temor / Saberei como afrouxá-lo, desatá-lo eu saberei? / A vida é simples, eu sei, mas viver traz tanta dor!”
É uma toada que destoa das outras faixas, mas sem desequilibrar o todo. Destoa porque é uma das poucas, e talvez a única, cuja letra produz uma atmosfera mais reflexiva e abstrata, compondo um texto lírico-dissertativo.
Mesmo sendo um disco cuja ênfase está mais no aspecto rítmico-dançante, Gil não se desarma de seu olhar antropológico e já de início, na faixa que dá nome ao disco – “Fé na Festa”, observa os aspectos sacros e profanos contidos nas festas que constituem o calendário católico popular brasileiro. Esse já foi um tema muito estudado por figuras luminares da intelectualidade brasileira: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Alfredo Bosi, entre outros. Diz o refrão da canção: “Festa, festa na fé
Fé, fé na festa”.
Ou seja, a festa por dentro da fé, e a fé por dentro da festa, num jogo binário-dialético de oposições complementares que vão por fim compor o tecido no qual se desenha a brasilidade tão cara a este compositor.
Há no disco algumas regravações como “no norte da saudade”, e “Dança da moda”, um delicioso clássico de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, bem como novas parcerias: “Lá vem ela”, com Vanessa da Mata e “São João carioca”, com Nando Cordel.
Gil mesmo quando redunda inventa, e vai aprendendo e ensinando na medida em que palmilha e elabora suas experiências estético-sonoras. E tem mais: quem olhar direitinho na capa do cd vai perceber que está lá, ainda que supostamente apenas como um adorno gráfico, uma figura do trigrama (conjunto de três linhas) chinês que compõe o I ching – O livro das mutações. E por coincidência ou não, o trigrama que lá está tem como imagem natural o céu, e como definição qualidades que poderiam facilmente estar associadas a Gilberto Gil: Criatividade, força e iniciativa.

A visão privatista na educação pública carioca.

Há uma tendência contemporânea, no que tange a educação pública, de responsabilizar os professores pelo insucesso nesta área. Não acho que não haja problemas, e claro que é preciso discutir e refletir sobre as ações docentes. Mas não se pode confundir isto com o que é veículado pela grande imprensa ou por alguns gestores públicos, que joga nas costas dos professores toda a responsabilidade pelo que acontece na educação pública. A sanha privatista, por incrível que pareça, ainda faz a cabeça de muita gente, e nesta área o viés privatista se expressa de forma diferente do que vimos na década de 1990 no Brasil. Nesse novo momento a privatização, e falo especificamente com relação à educação, não se daria com a privatização das redes públicas e a concomitante cobrança de mensalidades etc. Até porque isso esbarraria na constituição brasileira. O viés privatista está no "filé mignon", ou seja: institutos ligados a educação seriam contratados para promover ações no sentido de fiscalizar e avaliar as ações educativas e propor mudanças. Isso foi muito comentado na rede municipal do Rio de Janeiro, quando da entrada da secretária Cláudia Costin, e na época o Instituto a ser contratado era o Instituto Airton Sena, se não me engano. Agora está em curso, segundo uma diretora do Sepe (Sindicato dos Professores das redes públicas do Rio de Janeiro) um plano de "espionagem", que colocaria dentro da sala de aula uma espécie de fiscal para fotografar as aulas e a partir disso diagnosticar os problemas pedagógicos. Leiam a mensagem de Edna Félix, diretora do Sepe RJ - Regional III.
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Inicia-se em escolas públicas do Município do Rio de Janeiro mais um instrumento de coação e assédio aos profissionais de sala de aula. Com o objetivo de tentar demonstrar a ineficiência do professor, Cláudia Costin inaugura agora o chamado método Stalling. Consiste em enviar um observador para as salas de aula, que fotografará 10 momentos da aula por 15 segundo para, segundo eles, medir o tempo usado em classe para a construção do conhecimento. Ainda segundo a secretária, o objetivo é utilizar o método da observação para ajudar a desvendar a caixa preta da sala de aula e melhorar a performance do professor. Então façamos algumas observações.

   1. Em primeiro lugar não precisa gastar a fortuna que certamente será paga a Fundação Lemann, empresa responsável pelo projeto, para  ter esta informação sobre a sala de aula. Basta uma pesquisa com os próprios professores. Mais uma vez, no lugar de gastar diretamente na educação pública, o governo vai repassar nossas verbas à iniciativa privada.
   2. Dito isto, vamos então ao que de fato pode melhorar a performance do professor: Menos alunos em sala de aula, tempo para planejamento, contratação de mais profissionais, presença de profissionais como psicólogos, assistentes sociais e outros para acompanhar os problemas dos alunos, aumento salarial para que o professor não precise fazer duplas, triplas e muitos outros etecéteras.
   3. O artigo 5º, da Constituição garante  o direito de imagem é inviolável, assim como  a proteção à reprodução de imagens.
   4. O constrangimento que este projeto criará em nossas aulas também está previsto no código penal.
   5. A presença de pessoas estranhas em nossas aulas, sempre dispersa a atenção dos alunos prejudicando assim o desenrolar das mesmas.

Mas o objetivo verdadeiro que vem desenvolvendo a senhora Costin é o de privatizar a educação no nosso município, favorecendo amigos empresários. E para isso precisar provar o quanto somos “incompetentes” . Desqualificar nosso trabalho e destruir qualquer possibilidade de reação de nossa categoria.

Nós não podemos permitir!

Por isso professor, não se intimide. Você não é obrigado a aceitar em sua sala de aula, ninguém que vá fazer o trabalho de espionagem, rompendo com princípios de sua autonomia e com aqueles que regem a constituição brasileira. E se houver qualquer tentativa de coação, assédio moral no sentido de te obrigar a aceitar esta violação a seus direitos. Ligue para o SEPE, chame o seu representante.




segunda-feira, 14 de junho de 2010

cobertura jornalística da Globo

  A campanha ainda nem começou oficialmente e já dá vários sinais interessantes. Vejam só o que eu flagrei no último sábado dia 12 de junho no Jornal Nacional. Este noticiário fez uma cobertura das eleições 2010 e focalizou os dois primeiros colocados nas pesquisas. Só que na cobertura da campanha da Dilma o tempo foi de apenas 41 segundos, enquanto que a cobertura do candidato Serra o tempo foi de, pasmem, 4 minutos e 51 segundos. Sem contar que na matéria sobre o PSDB o tom era de material de campanha. Coisas como "o menino pobre que vendia laranjas". Uma verdadeira peça publicitária! Como é do meu costume, enviei de pronto um e-mail para a redação e, confesso, nem esperava resposta. Mas me surpreendi com uma mensagem da redação do jornal. Claro que não acredito na seriedade do que foi dito, mas é interessante também notar o procedimento da Rede Globo, pois com essa resposta ela cria uma imagem de acessível, democrática ou coisa parecida. Digo isso porque várias vezes enviei mensagens a outras redes e não obtive nenhuma resposta. 
  Abaixo segue a minha mensagem e a resposta da emissora, e também posto aqui o site do jornal para quem quiser conferir as matérias as quais me referi.

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De: MORENO <morenoricmelo@gmail.com>
Sábado, 12 de Junho de 2010
Assunto: JORNAL NACIONAL - CRÍTICA - 12/06/2010

a cobertura feita hj no JN sobre os candidatos a presidência da república foi absolutamente tendenciosa. Creio que como consumidor de informação e cliente desse jornal, estou sendo desrespeitado. O tempo dedicado ao candidato Serra foi imensamente maior do que o tempo dedicado a candidata Dilma. Além do conteúdo: a cobertura de Serra parecia campanha eleitoral - Menino pobre vendendo laranja, etc, etc,. Horrível isso, hein!!! Péssimo jornalismo!!

Resposta do Jornal Nacional:
Moreno

Respeitamos sua opinião e crítica. Suas considerações serão levadas ao conhecimento da direção do programa.


Cordialmente
Rede Globo - A gente se vê por aqui.

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link para jornal nacional do dia 12 de junho:

domingo, 13 de junho de 2010

começam os apoios a candidatura Dilma


 Chico Buarque, com sua declaração de voto em Dilma, abriu a temporada de apoios a candidata petista. Vejam quem mais a apoia.





 Aluíso Teixeira reitor da UFRJ: “Nós que vivemos dentro da universidade os oito anos do governo anterior sabemos do impacto trazido pelo atual governo. A universidade brasileira está se transformando. Quando eu assumi a reitoria há sete anos, o orçamento da UFRJ era de pouco mais de R$ 40 milhões, sem um centavo para investimento. Neste ano de 2010, ele é superior a R$ 200 milhões, com R$ 30 milhões destinados a investimento”
                                                                              
 










Vanderley Luxemburgo Técnico de Futebol: "Eu sempre digo que o medo de perder tira a vontade de ganhar. Então com certeza sua vontade de ganhar esta muito acima do medo de perder e nós vamos ganhar essa."





 

José de Abreu, ator: "Para continuar o governo o melhor governo que o país já teve, para continuar a erradicação da pobreza, porque a Dilma é uma das pessoas mais inteligentes e cultas que conheço, porque a Dilma tem experiência ímpar, porque está na hora, depois de eleger um operário nordestino, de eleger uma mulher. Eu ficaria aqui uns 15 dias dando motivos. Vamos para rua. A gente tinha que reviver para quem não viu a campanha de 89, botar vermelho e ir para rua festejar. A gente não teve medo de ser feliz e não vai ter medo de continuar essa felicidade que o Brasil está vivendo. Agora é Dilma, vamos lá..."                                      

Ivan Illich e o mundo sem escolas

A tese é arrojada e certamente inviável, mas certamente podemos tirar das ideias de Ivan Illich algumas inspirações para práticas no campo da educação. Vejam o filminho feito pela TV Cultura.