sábado, 19 de setembro de 2009

Paulo Freire - Um mestre na periferia do capitalismo



Hoje, 19 de setembro de 2009, um grande pensador e educador brasileiro completaria 88 anos de existência. Refiro-me ao mestre Paulo Freire. Na condição de educador, que sou, tenho que reconhecer que infelizmente sua obra é muito mais citada do que lida e conhecida.
Como ele mesmo disse "não há prática de educação que seja neutra". É isso! Talvez aí esteja uma chave para seu aparente esquecimento. Digo aparente porque muitos pensadores, educadores e instituições não deixaram, graças a Deus, essa efeméride passar em branco. Hoje, quando se configura um novo campo teórico denominado "Teoria pós-colonial", ferramenta importante para discussões e práticas em torno da educação, estudos culturais, cultura e política, etc, a sua figura ganha mais vulto, na medida em que antes mesmo da consubstaciação desse campo de estudos, a sua obra já a prenunciava. Seu nome é citado contemporaneamente como um pensador cuja teoria e prática já se situava nesse campo.
A obra de Freire parece estar em plena sintonia com uma indagação da antropóloga Gayatri Spivak, que em uma obra já clássica na Antropologia de viés pós-colonial, "pode o subalterno falar?", indagava da possibilidade do subalterno se subjetivar plenamente, se livrando assim, da heteronomia e afirmando sua autonomia. Não foi outra a luta de Freire se não a de fazer do subalterno um sujeito autônomo e capaz de ser um agente pleno da história.
Por tudo isso e mais um milhão de coisas, é necessário que de vez em quando demos uma estudada na obra desse mestre inspirador (por mais que as vejas da vida diga o contrário). Salve o dia 19 de setembro!!

ps. Ah, o título desse postagem foi "arrastada" como diria Tom Zé em sua estética do plágio, de um título de Roberto Schwarz sobre Machado de Assis.

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