terça-feira, 23 de novembro de 2010

LAICIDADE E ESPAÇOS PÚBLICOS.

  A cada dia que passa torna-se mais clara a tendência de se pensar os espaços públicos, e neste caso aqui é o espaço televisivo que está em jogo, como espaços essencialmente laicos. Isso não quer dizer que o tema religião não possa ou não deva ser tratado. É o caso da escola, por exemplo, espaço no qual o tema da religião tem que ser tratado. Mas o tratamento deve ser isento, ou melhor, não prosélito, propiciando uma abordagem histórica, sociológica, filosófica, etc., mas nunca de louvor ou coisa que o valha. Tenho, como professor de rede pública no Rio de Janeiro, assistido a uma escalada de ocupação religiosa dentro das escolas, malgrado o esforço de vários profissionais de educação que têm se esforçado no sentido de demarcar o espaço público de educação como um espaço laico. No caso da televisão creio que será uma decisão acertada a de tirar do ar programas católicos, evangélicos e outros de qualquer denominação religiosa. Leiam abaixo a notícia veiculada pelo portal imprensa:

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O Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) deverá tirar do ar os programas católicos e evangélicos veiculados pela TV  Brasil e em oito canais de rádio que integram a rede pública criada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta será apresentada para votação no órgão a ser realizada no dia 7 de dezembro, sob a forma de minuta de resolução.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a ideia do conselho é abordar o tema religião de forma mais ampla, sem a necessidade de se ter um programa específico sobre uma ou outra crença. Além disso, os integrantes do órgão da EBC acreditam que a rede pública de TV deve aumentar o diálogo com as diversas religiões presentes no país.

Após o anúncio de que o Grupo Silvio Santos, que pertence ao empresário e dono do SBT Silvio Santos, passava por problemas financeiros, a emissora recebeu propostas de ao menos três igrejas evangélicas para a compra de horário na faixa da madrugada. A assessoria do canal declarou que as ofertas não eram recentes, mas que até o momento "não surgiu nenhuma proposta que tenha interessado". Entre as negociantes, destacam-se a Igreja Internacional da Graça, de R.R. Soares, e o Ministério Silas Malafaia.

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