quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Mais um capítulo da relação mídia e poder

As relações da mídia com o poder ocorrem por caminhos algumas vezes insuspeitos. Lembro de quando a revista “Caros Amigos” fez, na década de 1990, uma longa matéria sobre um suposto filho do então Fernando Henrique Cardoso, com uma jornalista da Rede Globo. A matéria da revista, na verdade, discutia sobre as razões que faziam silenciar toda a mídia brasileira, considerando esta mesma mídia tão afeita a sensacionalismo, como tinham feito recentemente com a história de uma ex-namorada do então candidato Lula em 1989. O suposto caso amoroso do ex-presidente com a jornalista global tinha um elemento simbólico curioso, e a matéria fazia questão de afirmar que não tinha nenhum viés moralista, apenas queria saber se os grandes meios de comunicação sabiam desse fato e o por quê de não publicarem nada sobre o caso. O resultado foi muito interessante.
Mas o caso agora é outro. Na argentina um processo muito doloroso, porém necessário, está vindo à tona. Trata-se da luta das Mães da praça de maio, que lutam para descobrir fraudes em processos de adoção ocorridos durante o regime militar, no qual os adotados eram crianças seqüestradas, filhos de presos políticos mortos pelo regime militar. Esse tema foi tratado em um filme argentino brilhante chamado “a história oficial”, de 1985. A questão agora é que nada mais nada menos a dona do jornal Clarin está sendo acusada de ter participado de uma dessas fraudes, adotando uma criança que era filha de um militante torturado e morto pela ditadura. A história se arrasta há algum tempo, e em conluio com setores do judiciário o caso foi postergado até uma situação limite. As últimas notícias do caso dão conta de que a Câmara federal de San Martin ordenou que o juiz que toma conta do caso faça imediatamente o exame de DNA.








Dona do Clarín pode ter adotado filha de desaparecidos
Uma decisão judicial sobre um caso que se arrasta há anos pode expor o caráter criminoso das relações entre mídia e ditadura na Argentina. A fundadora do movimento Avós da Praça de Maio, Chicha Mariani, suspeita que a filha de Ernestina Herrera de Noble, dona do grupo Clarín, seja, na verdade, sua neta, Clara Anahí, cujos pais foram seqüestrados por militares em sua casa, em novembro de 1976. A Câmara Federal de San martín determinou a realização imediata de exames de DNA. O relato é do jornal Página 12.


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