quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Você já ouviu falar em "neuromarketing"

Pois é amigos, na medida em que vai avançando nossa compreensão sobre a "máquina mundo", e aí incluído nessa máquina nós mesmos, seres humanos, vão aumentando as possibilidades de interferência nesse sistema que somos. Talvez o neuromarketing esteja dentro daquilo que o filósofo Michel Foucault teorizou como biopoder.
Este campo de conhecimento começou nos Estados Unidos com um sujeito chamado Gerald Zaltman, médico e pesquisador da universidade norte-americana de Harvard, que teve a idéia de usar aparelhos de ressonância magnética para fins de Marketing, e não estudos médicos. O termo “Neuromarketing”, no entanto, só viria a ser conhecido alguns anos depois, cunhado por Ale Smidts, um professor de Marketing na Erasmus University em Roterdã, Holanda.
Pois bem, após os primeiros passos foi feita uma pesquisa científica no jornal acadêmico Neuron, da Baylor College of Medicine, em Houston, Texas. O estudo consistia na experimentação dos refrigerantes Pepsi e Coca-Cola. Em um dos casos, os experimentadores não sabiam qual era a marca da bebida que tomaram.Quando perguntados qual dos dois refrigerantes era melhor, metade respondeu Pepsi. Nesse caso, a ressonância detectou um estímulo na área do cérebro relacionada a recompensas. Já quando elas tinham conhecimento sobre a marca, esse número caiu para 25%, e áreas relativas ao poder cognitivo e à memória agora estavam sendo usadas. Isso claramente indica que os consumidores estavam pensando na marca, em suas lembranças e impressões sobre ela. O resultado leva a crer que a preferência estava relacionada com a identificação da marca e não com o sabor.
Ora, certamente que não é nenhuma novidade o fato de que as marcas interferem diretamente nas escolhas feitas pelos consumidores. E que essas escolhas muitas vezes têm um caráter muito mais subjetivo do que objetivo. Mas a novidade talvez esteja no fato de que o que antes era uma simples percepção passa a ser quantificado objetivamente. com esta precisão o Neuromarketing possibilita monitorar as emoções vividas durante as experiências de consumo. Creio que isso não seja pouca coisa.
Bom, não sou daqueles que vê na tecnologia a ruína da liberdade ou coisa parecida. Apenas acho que como estamos no século da informação, devemos estar atento a tudo que acontece e eventualmente usar a própria tecnologia para neutralizar ou minimizar os efeitos deletérios de determinados usos que a tecnologia tem.

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