Da mesmo forma que as redes sociais e as tecnologias midiáticas de um modo geral possibilitam o que alguns pensadores têm chamado de tecno-democracia, é preciso também estar atento ao que poderíamos chamar de tecno-controle. Este é um tema que sem dúvida irá gerar muita reflexão nas ciências sociais. Há tempos atrás publiquei aqui um pequeno texto sobre o "neuromarketing", que também é uma tendência contemporânea que aponta para a utilização de conhecimentos para o controle das pessoas, mas voltado para as relações de consumo. Talvez o "neuromarketing" esteja inscrito dentro daquilo que o filósofo Michel Foucault chamou de biopolítica.
Acabei de ler uma pequena matéria sobre uma site chamado "matcha" (matcha.tv), cujo propósito é o de indicar filmes aos seus clientes a partir de um conjunto de informações que ele obtém a partir das pistas que o usuário deixa na web. Em princípio é uma utilização banal e sem maiores desdobramentos, mas pense-se nas utilizações possíveis deste mesmo procedimento para finalidade outras...
As novas plataformas tecnológicas são isso mesmo, espaços abertos para disputas de várias ordens, e não é possível pre-dizer o que vai acontecer. Mas acima de tudo é preciso estar atento aos desdobramentos possíveis e para, numa perspectiva ativista-militante, impedir, como disse brilhantemente a professora e pesquisadora Lucia Santaella (autora de um livro fantástico chamado "culturas e artes do pós-humano): "é preciso impedir que o grande capital colonize o futuro".
domingo, 19 de junho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário