Li este artigo abaixo e fiquei pensando na existência de Deus. Explico: é que faço uma brincadeira na qual um determinado fato ocorrido é tão interessante que só pode ter acontecido pelo fato de Deus existir. Não basta que o fato seja positivo, mas sim das condições em que tal coisa aconteceu. No caso, fiquei pensando nisso porque a morte de Paulo Francis não foi uma morte qualquer. Ele morreu do próprio veneno. Sim! porque ele era especialista em "criar" fatos. Mentia, chantageava, enfim... era um embusteiro profissional. Mesmo assim, e talvez por isso, era adulado e tido como um grande intelectual. Mas leiam a mensagem que recebi e conheçam ou relembrem as razões da morte dessa criatura repulsiva e o esforço de seu amigo, um tal de José Serra, para tentar salvá-lo.
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Entre a ida e a volta para BH, no avião, li o livro Paulo Francis – Polemista profissional, espécie de perfil que Paulo Eduardo Nogueira acaba de lançar pela editora da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Nunca gostei de Paulo Francis e o considero uma das maiores fraudes criadas pelos intelectuais de direita no Brasil.
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Francis foi um jornalista medíocre, dono de um repertório vasto de citações e nenhuma ideia própria que fosse realmente aproveitável. Oportunista, foi da esquerda para a direita quando lhe conveio. Era um elitista confesso, além de xenófobo e homofóbico. No auge da crise do governo de Fernando Collor, defendeu o presidente usando termos racistas: “Collor vencerá porque é rico e branco”. Sentava-se à mesa com governantes e negociava favores. Era um capacho das elites.
No programa do qual participava, o Manhattan Connection, exibido no Brasil pela GNT, em 1997, Francis acusou, sem provas, os diretores da Petrobrás de possuírem 50 milhões de dólares em contas na Suíça. O presidente da estatal meteu-lhe um doloroso processo: pediu 100 milhões de dólares junto à justiça americana, alegando que o programa era transmitido nos EUA para assinantes de canais brasileiros na TV a cabo.
Francis passou meses atormentado pelo processo, do qual não conseguia se livrar. Todos os seus amigos, aqueles que antes o adulavam, tiraram o corpo fora. Não quiseram, obviamente, aliar-se a um falsário. Houve, contudo, algumas exceções. No último parágrafo da página 19 encontrei o seguinte trecho:
“O então senador José Serra intercedeu junto ao presidente Fernando Henrique Cardoso, que até ali se mantivera omisso, embora fosse amigo de Francis, para se chegar a um acordo com a estatal. FHC nada fez, o que também decepcionou profundamente o Francis”
Nunca aquela velha máxima -- diga-me com quem andas e te direi quem és -- me pareceu tão apropriada.
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Pouco tempo após a abertura do processo, Francis morreria de ataque cardíaco. Ao contrário do que estampou a Veja, na edição daquela semana, nunca fez falta ao Brasil.
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quarta-feira, 19 de maio de 2010
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