Por que "Encontro Radical"? Porque todos nós em alguns momentos da vida vivenciamos experiências que de alguma forma produziram uma inflexão nas nossas rotas existenciais. São momentos que dão uma dimensão, digamos assim, mais nobre a nossa existência.
Este era também o título de uma série que a editora brasiliense publicava na década de 1980, sobre autores importantes do cenário lítero-político-existencial de todos os tempos.
Quem quiser ler uma interessante entrevista sobre os novos papéis a serem desempenhados pelas comunidades de favela do Rio de Janeiro, não deve perder a entrevista de Itamar Silva à revista "Rede Brasil Atual". Trata-se, no meu entender, de um verdadeiro intelectual orgânico, como definiu o filósofo Gramsci, para se referir a um tipo de intelectual ligado organicamente a determinados grupos sociais. Neste caso, Itamar nasceu e vive na cominidade Dona Marta, no Rio de Janeiro, e elabora com desenvoltura uma abordagem crítica ao que vem acontecendo. É digno de nota que ele não se opõem sistematicamente às iniciativas do Estado, mas por outro lado não é nada ingênuo (como é tão ao gosto da grande mídia brasileira). Leiam no link abaixo:
Interessante montagem, com base estatística, de vários processos em curso no mundo. Os números relativos à população é vertiginoso. Mas não só, outros tabém são alarmantes. Vejam:
O vídeo abaixo é de uma apresentação da cantora Anabel Albernaz cantando uma composição da década de 1920 intitulada "Cocaína". Seu autor é nada mais nada menos que Sinhô, um dos integrantes da primeira geração de compositores de samba. Na partitura vem escrita uma dedicatória: "ao meu amigo Roberto Marinho". Mas tudo isso deve ser evidentemente contextualizado, pois se não poderemos incorrer no risco de perder a dimensão histórica da coisa. Lembro que minha vó, que trabalhou em farmácia bem depois dessa época, me disse que vendia livremente essa substância no balcão, e segundo consta em trabalhos históricos, não era necessário nem mesmo receita.
Aliás, na virada do século a sociedade médica internacional era uma das mais entusiastas do uso dessa substância nas mais variadas formas: xaropes, sprays, pastilhas, etc. Sem trocadilho, mas ela criou uma verdadeira euforia nos meios médicos, pois era quase uma panacéia, e melhor, sem contraindicações. Consta também, e isso é bem sabido, que o boom da cocaína, não obstante ela já ser bem conhecida, se deu a partir do artigo de Sigmund Freud, "Über Coca", de 1884, que sintetizava o que já vinha sendo escrito e pesquisado por diversos autores. Dentre as maravilhas produzidas pela cocaína, e exaltadas por Freud, estavam coisas tais como: a capacidade da substância de exaltar o humor, combater o 'morfinismo' e o 'alcoolismo', transtornos gástricos, caquexia e a asma, além de ser afrodisíaco e anestésico local. Como se vê, não era pouca coisa.
Não obstante a sociedade médica já fazer muitas críticas ao uso da cocaína já no início do século XX, o entusiasmo acrítico deve ainda ter permanecido em alta durante muito tempo. Mas, para finalizar, consta que essa canção do Sinhô estava no repertório da cantora Marlene num show da década de 1970, e que a artista hesitou em colocá-la para não parecer uma apologia e com isso ter problema com a censura do regime militar. Mas, o poeta Carlos Drummond de Andrade teria a encorajado, alegando que na época isso era normal. Teriam sido estas as palavras do poeta: "Diga para a Marlene cantar, naquela época todo mundo cheirava, eu também cheirei cocaína e para mim fez efeito de bicarbonato"...
O que está por trás da grande ofensiva reacionária do agronegócio e da mídia corporativa contra o MST e a agricultura familiar??? Recentemen...
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Encontro Radical
Olá Pessoal, este blog se destina a ser um espaço de divulgação e reflexão a cerca de temas como educação, cultura, política e assuntos afins. Aqui também disponibilizarei artigos e textos meus e de amigos, ou ainda outros que eu considere interessante. As pessoas que eventualmente acessarem esse blog fiquem a vontade pare enviar material, elogiar ou fazer críticas.
O LOBO DA ESTEPE - Trata-se de um romance de Hermann Hesse ambientado na década de 1920, no qual se conta a história de um personagem complexo dividido entre o sublime de uma vida cultivada na "alta cultura", e uma vida desregrada, sensual e libertina. No final o leitor é conduzido ao "Teatro do Absurdo: só para loucos". Enfim, uma passagem memorável da literatura mundial.
Filmes radicais
O ANJO EXTERMINADOR --- Depois de uma festa, os convidados simplesmente não conseguem deixar o local, sem que haja uma explicação racional para isso. Conforme o tempo passa, as máscaras dos antes bem relacionados começam a cair e revelar suas verdadeiras e mais profundas facetas. O anjo exterminador é um filme do cineasta espanhor Luis Buñuel
O CANGACEIRO ---O cangaceiro, filme realizado em 1953, foi um dos maiores sucessos do cinema brasileiro de todos os tempos. Escrito e dirigido por Lima Barreto, com diálogos criados por Rachel de Queiroz, O cangaceiro foi o primeiro filme brasileiro a conquistar as telas do mundo. Considerado até hoje o melhor filme produzido pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, sua história se inspirava na lendária figura de Lampião: O bando de cangaceiros do capitão Gaudino semeia o terror pela caatinga nordestina. A professora Maria Clódia, raptada durante um assalto do grupo, se apaixona pelo pacífico Teodoro. O forte amor entre os dois gera grande conflito entre a turma. O Cangaceiro ganhou o prêmio de melhor filme de aventura e de melhor trilha sonora com a música "Olê muié rendeira", interpretada pela também atriz Vanja Orico no Festival Internacional de Cannes. O sucesso em Cannes levou o filme para mais de 80 países e ele foi vendido para a Columbia Pictures. Só na França, ficou cinco anos em cartaz. O filme foi filmado em Vargem Grande do Sul, interior do estado de São Paulo. Segundo o diretor, a paisagem da cidade se parecia muito com a nordestina.
O DESTINO --- Produção Franco-egípcia dirigida por Youssef Chahine, que conta uma passagem da vida do filósofo Averróes na Córdoba do século XII. Imperdível para aqueles que têm interese nesse momento histórico da presença dos árabes na penísula Ibérica. De resto é um filme muito bonito com muita música e dança.
UM HOMEM COM DUAS VIDAS --- Através de um mosaico complexo de flashbacks, um velho homem com o nome de Thomas van Hazebrouck lembra da vida e de como alguns eventos poderiam tê-la tornado diferente. Aos oito anos, Thomas se convenceu que fora trocado na maternidade com outro bebê, seu vizinho Alfred Kant. Ainda na infância, cria o alter-ego Toto - um agente secreto que o acompanhará por toda a vida - que resgatará seu pai e matará Alfred, o homem que, por duas vezes, roubou os amores de sua vida: sua irmã Alice e, mais tarde, Evelyne. A infância de Toto é repleta de momentos sensíveis e emocionantes diante da ingenuidade do menino no momento em que descobre que sua irmã já tem seios, ao defender seu irmão de uma brincadeira maldosa dos demais garotos da rua ou quando confronta Alfred contando que foram trocados na maternidade. Inevitavelmente, toda a vida de adulto de ambos é permeada pelos acontecimentos da infância, pelo eterno confronto e, para Toto, por dificuldades em relacionar-se com Evelyne, cuja semelhança com sua irmã Alice é inegável. Apesar de sua falta de linearidade ? e principalmente pela falta da ordem cronológica normalmente adotada nos filmes - Jaco van Dormael nos leva a contemplar a vida de Toto e, ao mesmo tempo, pensar sobre nossas vidas, sonhos e fantasias. Direção: Jaco van Dormael