Estou escrevendo essa mensagem apenas para produzir algumas reflexões que contribuam com o debate para esse momento eleitoral.
Acompanhando as eleições é possível notar que a candidatura da centro-esquerda, hoje representada pela figura de Dilma Roussef, está prestes a ganhar as eleições no primeiro turno. Mas o esforço da mídia corporativa tem se intensificado a ponto de Lula ter declarado que a candidatura da Dilma não vencerá apenas um outro projeto político, mas também alguns jornais e algumas revistas. Logo em seguida a essa declaração de Lula, o jornal Estado de São Paulo fez um editorial no qual declara em alto e bom som, que está apoiando o candidato do PSDB. O jogo é pesado e algumas reflexões importantes estão sendo feitas, como os artigos do jurista Fábio Konder Comparato (Homens novos para um novo mundo) e do teólogo Leonardo Boff (A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma), sendo que este último tinha, há pouco tempo, declarado voto pra Marina Silva. Parece que, no entanto, ele se deu conta de que fazer essa opção é correr o risco de fazer o jogo da direita brasileira.
Muitos de nós já votaram em projetos que não passavam de um ou dois por cento das intenções de voto. Mas fazíamos isso com a convicção dos que estavam mirando no futuro, conscientes de que aquele projeto articulado com outras forças iria vicejar. Foi assim com o PT de vinte anos atrás. A diferença com o momento atual é que nem Plínio e nem Marina integram grandes projetos nacionais que tenham uma grande inserção nos movimentos sociais. No caso da Marina se dá até o contrário, pois quem a ouviu falar em MST? Votar em Plínio ou na Marina nesse momento é correr o risco de colocar Serra no segundo turno (e aí a força midiática agiria com toda força e todo capital) sem ter, por outro lado, a oportunidade de estar fazendo vingar um projeto coletivo para o futuro. No caso de Plínio, não, mas no da Marina, é um projeto absolutamente pessoal. Votar em Plínio nos dá a tranqüilidade de estar fortalecendo uma oposição de esquerda, mas a que custo isto está sendo feito? Ao custo de estarmos correndo o risco de colocar o Serra no segundo turno. Ou alguém tem a ilusão de que Marina irá para o segundo turno? Ao menos aguardem as vésperas das eleições para ver a distância entre Marina e Serra.
Tenho dito e espero estar errado, mas tudo indica que num eventual segundo turno, Marina apoiaria, usando argumentos de lógica partidária, o candidato José Serra. Foi essa a costura feita por Fernando Gabeira. Para quem se interessar, aconselho o lúcido artigo do professor Emir Sader intitulado “Marina no colo da direita”.
Penso que se por um lado Lula não fez o governo dos nossos sonhos, ao menos temos que reconhecer que os avanços são concretos e diz respeito à vida de milhões de pessoas que puderam vivenciar a mobilidade social (mais de 50 milhões de pessoas ascenderam socialmente). Arriscar essas conquistas é no mínimo, a meu ver, se aventurar numa senda que poderia nos fazer retroceder a tempos muito perversos.
Grande abraço a todos!!!
Ricardo MorenoAcompanhando as eleições é possível notar que a candidatura da centro-esquerda, hoje representada pela figura de Dilma Roussef, está prestes a ganhar as eleições no primeiro turno. Mas o esforço da mídia corporativa tem se intensificado a ponto de Lula ter declarado que a candidatura da Dilma não vencerá apenas um outro projeto político, mas também alguns jornais e algumas revistas. Logo em seguida a essa declaração de Lula, o jornal Estado de São Paulo fez um editorial no qual declara em alto e bom som, que está apoiando o candidato do PSDB. O jogo é pesado e algumas reflexões importantes estão sendo feitas, como os artigos do jurista Fábio Konder Comparato (Homens novos para um novo mundo) e do teólogo Leonardo Boff (A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma), sendo que este último tinha, há pouco tempo, declarado voto pra Marina Silva. Parece que, no entanto, ele se deu conta de que fazer essa opção é correr o risco de fazer o jogo da direita brasileira.
Muitos de nós já votaram em projetos que não passavam de um ou dois por cento das intenções de voto. Mas fazíamos isso com a convicção dos que estavam mirando no futuro, conscientes de que aquele projeto articulado com outras forças iria vicejar. Foi assim com o PT de vinte anos atrás. A diferença com o momento atual é que nem Plínio e nem Marina integram grandes projetos nacionais que tenham uma grande inserção nos movimentos sociais. No caso da Marina se dá até o contrário, pois quem a ouviu falar em MST? Votar em Plínio ou na Marina nesse momento é correr o risco de colocar Serra no segundo turno (e aí a força midiática agiria com toda força e todo capital) sem ter, por outro lado, a oportunidade de estar fazendo vingar um projeto coletivo para o futuro. No caso de Plínio, não, mas no da Marina, é um projeto absolutamente pessoal. Votar em Plínio nos dá a tranqüilidade de estar fortalecendo uma oposição de esquerda, mas a que custo isto está sendo feito? Ao custo de estarmos correndo o risco de colocar o Serra no segundo turno. Ou alguém tem a ilusão de que Marina irá para o segundo turno? Ao menos aguardem as vésperas das eleições para ver a distância entre Marina e Serra.
Tenho dito e espero estar errado, mas tudo indica que num eventual segundo turno, Marina apoiaria, usando argumentos de lógica partidária, o candidato José Serra. Foi essa a costura feita por Fernando Gabeira. Para quem se interessar, aconselho o lúcido artigo do professor Emir Sader intitulado “Marina no colo da direita”.
Penso que se por um lado Lula não fez o governo dos nossos sonhos, ao menos temos que reconhecer que os avanços são concretos e diz respeito à vida de milhões de pessoas que puderam vivenciar a mobilidade social (mais de 50 milhões de pessoas ascenderam socialmente). Arriscar essas conquistas é no mínimo, a meu ver, se aventurar numa senda que poderia nos fazer retroceder a tempos muito perversos.
Grande abraço a todos!!!
http://encontroradical.blogspot.com/2010/09/marina-no-colo-da-direita.html
http://www.fpabramo.org.br/artigos-e-boletins/artigos/homens-novos-para-um-mundo-novo
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