Por que "Encontro Radical"? Porque todos nós em alguns momentos da vida vivenciamos experiências que de alguma forma produziram uma inflexão nas nossas rotas existenciais. São momentos que dão uma dimensão, digamos assim, mais nobre a nossa existência.
Este era também o título de uma série que a editora brasiliense publicava na década de 1980, sobre autores importantes do cenário lítero-político-existencial de todos os tempos.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Bombril: ecologicamente racista...
A empresa Bombril está fazendo uma campanha televisiva na qual tenta colar sua imagem à natureza, tentando com isso convencer o consumidor que seus produtos são ecologicamente sustentáveis. Enfim... não pretendo discutir a questão do ponto de vista biológico, mas sim cultural. É o seguinte: o personagem interpretado pelo ator Carlos Moreno, que faz a campanha desde 1978, diz, com a canção "Índia" tocando ao fundo e com aquele jeito meio engraçado que tem, que está ali para falar diante de uma "legítima representante da natureza", e aponta a jovem índia que está ao seu lado. Ora, o texto do personagem não poderia ser mais etnocêntrico, uma vez que, a exemplo do que fez o pensamento colonial durante todo processo de dominação dos povos submetidos, tratou de reduzir uma cultura à natureza para com isso justificar a dominação. De um só golpe toda uma cultura, toda uma visão de mundo, todo um sistema simbólico é reduzido ao nível da animalidade. Pode parecer exagero o que digo, mas quem conhece um pouco dessa história toda de dominação colonial e das argumentações racistas que ela ensejou, só pode considerar essa propaganda como uma peça inominável e merece o repúdio de todos.
Vejam a propaganda:
Neste comercial pela primeira vez não enxergamos o Carlos Moreno, porque a jovem índia ao seu lado chama mais atenção pela sua beleza e graciosidade...
A própria versão feita da música mereceria uma análise. Concordo com as colocações feitas: aliás, a perspectiva eurocêntrica imposta desde o século XIX está muito presente na propaganda.
Artigo escrito para o jornal "Pôr-do-sol", a ser publicado em 01 de novembro, data na qual já saberemos se o Brasil vai seguir mu...
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Encontro Radical
Olá Pessoal, este blog se destina a ser um espaço de divulgação e reflexão a cerca de temas como educação, cultura, política e assuntos afins. Aqui também disponibilizarei artigos e textos meus e de amigos, ou ainda outros que eu considere interessante. As pessoas que eventualmente acessarem esse blog fiquem a vontade pare enviar material, elogiar ou fazer críticas.
O LOBO DA ESTEPE - Trata-se de um romance de Hermann Hesse ambientado na década de 1920, no qual se conta a história de um personagem complexo dividido entre o sublime de uma vida cultivada na "alta cultura", e uma vida desregrada, sensual e libertina. No final o leitor é conduzido ao "Teatro do Absurdo: só para loucos". Enfim, uma passagem memorável da literatura mundial.
Filmes radicais
O ANJO EXTERMINADOR --- Depois de uma festa, os convidados simplesmente não conseguem deixar o local, sem que haja uma explicação racional para isso. Conforme o tempo passa, as máscaras dos antes bem relacionados começam a cair e revelar suas verdadeiras e mais profundas facetas. O anjo exterminador é um filme do cineasta espanhor Luis Buñuel
O CANGACEIRO ---O cangaceiro, filme realizado em 1953, foi um dos maiores sucessos do cinema brasileiro de todos os tempos. Escrito e dirigido por Lima Barreto, com diálogos criados por Rachel de Queiroz, O cangaceiro foi o primeiro filme brasileiro a conquistar as telas do mundo. Considerado até hoje o melhor filme produzido pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, sua história se inspirava na lendária figura de Lampião: O bando de cangaceiros do capitão Gaudino semeia o terror pela caatinga nordestina. A professora Maria Clódia, raptada durante um assalto do grupo, se apaixona pelo pacífico Teodoro. O forte amor entre os dois gera grande conflito entre a turma. O Cangaceiro ganhou o prêmio de melhor filme de aventura e de melhor trilha sonora com a música "Olê muié rendeira", interpretada pela também atriz Vanja Orico no Festival Internacional de Cannes. O sucesso em Cannes levou o filme para mais de 80 países e ele foi vendido para a Columbia Pictures. Só na França, ficou cinco anos em cartaz. O filme foi filmado em Vargem Grande do Sul, interior do estado de São Paulo. Segundo o diretor, a paisagem da cidade se parecia muito com a nordestina.
O DESTINO --- Produção Franco-egípcia dirigida por Youssef Chahine, que conta uma passagem da vida do filósofo Averróes na Córdoba do século XII. Imperdível para aqueles que têm interese nesse momento histórico da presença dos árabes na penísula Ibérica. De resto é um filme muito bonito com muita música e dança.
UM HOMEM COM DUAS VIDAS --- Através de um mosaico complexo de flashbacks, um velho homem com o nome de Thomas van Hazebrouck lembra da vida e de como alguns eventos poderiam tê-la tornado diferente. Aos oito anos, Thomas se convenceu que fora trocado na maternidade com outro bebê, seu vizinho Alfred Kant. Ainda na infância, cria o alter-ego Toto - um agente secreto que o acompanhará por toda a vida - que resgatará seu pai e matará Alfred, o homem que, por duas vezes, roubou os amores de sua vida: sua irmã Alice e, mais tarde, Evelyne. A infância de Toto é repleta de momentos sensíveis e emocionantes diante da ingenuidade do menino no momento em que descobre que sua irmã já tem seios, ao defender seu irmão de uma brincadeira maldosa dos demais garotos da rua ou quando confronta Alfred contando que foram trocados na maternidade. Inevitavelmente, toda a vida de adulto de ambos é permeada pelos acontecimentos da infância, pelo eterno confronto e, para Toto, por dificuldades em relacionar-se com Evelyne, cuja semelhança com sua irmã Alice é inegável. Apesar de sua falta de linearidade ? e principalmente pela falta da ordem cronológica normalmente adotada nos filmes - Jaco van Dormael nos leva a contemplar a vida de Toto e, ao mesmo tempo, pensar sobre nossas vidas, sonhos e fantasias. Direção: Jaco van Dormael
Neste comercial pela primeira vez não enxergamos o Carlos Moreno, porque a jovem índia ao seu lado chama mais atenção pela sua beleza e graciosidade...
ResponderExcluirA própria versão feita da música mereceria uma análise. Concordo com as colocações feitas: aliás, a perspectiva eurocêntrica imposta desde o século XIX está muito presente na propaganda.
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