O professor e pesquisador Michael Löwy publicou recentemente um belo artigo sobre as tendências bárbaras inerentes à modernidade. Logo de início ele trabalha com duas definições do que seja bárbaro: falta de civilização e agressividade cruel. Pensando nessa última definição ele reflete que a história do século 20 nos obriga em uma “barbárie civilizada”. O "processo civilizador", como definiu Norbert Elias, tem em um de seus aspectos mais importantes, o monopólio da violência pelo estado. Esse monopólio impediria que agíssemos "barbaramente" uns contra os outros no sentido de resolvermos nossas diferenças através da violênicia. Mas o problema é que esse monopólio facultou ao estado um poder descomunal, e isto somado aos aportes tecnológicos potencializou a crueldade e a agressividade. Diz ele que "Se nós nos referimos ao segundo sentido da palavra “bárbaro” -atos cruéis, desumanos, a produção deliberada de sofrimento e a morte deliberada de não-combatentes (em particular, crianças)- nenhum século na história conheceu manifestações de barbárie tão extensas, tão massivas e tão sistemáticas quanto o século XX".
Na sequência Löwy utiliza Rosa de Luxemburgo e Kafka para demonstrar como a modernidade se erige sob o signo da crueldade e da barbárie, agora não mais entendido o termo bárbaro como aquele que se encontra fora dos limites da civilização, mas ao contrário: o "bárbaro civilizado".
Para ler o artigo na íntegra, é só seguir o link abaixo:
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