Alguns linguistas têm dito que é correto afirmar que existe uma língua brasileira. Não aprofundo a discussão por absoluta falta de competência, mas gosto de acompanhar as discussões. Quando li essa afirmação num texto do professor e linguista Marcos Bagno me lembrei de pronto de um samba de Noel Rosa chamado "não tem tradução". Lá pelas tantas diz o poeta: "Tudo aquilo que o malandro pronuncia / Com voz macia é brasileiro, já passou de português". Pois é, esses linguistas que estão arejando, digamos assim, as discussões em torno da norma culta e coisas afins, estão cada vez mais ganhando espaço e avançando. Mais um passo foi dado com o lançamento recente da "Gramática do Português Brasileiro" do professor Mário Perini. Ele diz que “A língua do brasileiro não é a língua que encontramos nos livros. É a língua falada pela totalidade da população, desde o trabalhador analfabeto na zona rural até o professor universitário ou o político. Na hora de conversar com os amigos, todos falamos basicamente a mesma língua”. Além de tratar das diferenças entre a língua oral e escrita, ele também discute sobre as noções do português ‘certo’ ou ‘errado’ – algo que, para ele, depende inteiramente do contexto: “A língua que eu uso para falar com amigos numa mesa de bar não pode ser a mesma que eu uso para escrever uma tese”, argumenta.
Quem quiser pode ouvir uma bela entrevista do autor é só seguir o link abaixo:
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