A mesma pesquisa da vox populi que aponta pela primeira vez a candidata do governo, Dilma Roussef, a frente do candidato José Serra, aponta também que o maior índice de rejeição é o da candidata Marina Silva. Fiquei pensando quais as razões desse rejeição, se ele for realmente verdadeira. Claro que não é fácil de explicar, mas de qualquer forma eu confesso que ficaria em dúvida quando me perguntassem em quem eu não votaria de maneira alguma. Em certo sentido, apesar de apoios interessantes (porém ingênuos, na minha opinião), creio ser Marina pior que Serra. Isso porque ela trabalha em um eixo discursivo despolitizado que aponta para uma esperança que não está no horizonte possível da política contemporânea. Refiro-me as propostas de governabilidade "limpa" isenta de mácula e outras coisinhas difícil de acreditar quando o seu partido é o PV. Ora, quem acompanha um pouco os alinhamentos políticos sabe o que é o PV brasileiro. Sempre operando nessa linha discursiva do "novo", da "esperança" etc., mas fazendo todos os tipos de arranjos tradicionais: participaram do governo do PFL (César Maia) no Rio de Janeiro, e se articularam com o PSDB (em particular com o pessoal da privataria) na campanha do Gabeira também no Rio. Que tipo de novidade é essa? Difícil de levar a sério, não acham? Até me faz lembrar o candidato Cristóvam Buarque quando perguntado em 2006, sobre como comporia um governo ético sem toma-lá-dá-cá. Ele respondeu que chamaria as lideranças dos partidos e explicaria que queria fazer uma nova gestão para um novo Brasil, etc. Fiquei pensando naqueles quadros fisiológicos do PTB ou do PMDB ouvindo o ex-reitor da UNB e se sensibilizando ante propostas tão legais... difícil de acreditar, não?
É preciso que se diferencie a esperança ingênua do tipo cristã, que serve mais para apaziguar nossas próprios consciências, de uma esperança verdadeiramente política que aponte rumos e efetive os sonhos.
Aposto que o Vox Populi não ouviu a Ediléia...
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