Não acho que nós precisemos do aval dos EUA, ou de qualquer outro país para que possamos reconhecer os méritos de um dos nossos. Mas acho importante que esses reconhecimentos internacionais sejam reverberados por aqui, principalmente para que os que fazem a crônica política e sofrem de um complexo colonial terrível (leia-se Veja, CBN, Estadão, etc) possam ver que o que eles próprios não vêem, os de fora vêem. Pois é, a revista Time acaba de publicar a sétima lista anual das 100 pessoas mais influentes do mundo, divulgada hoje (29 de abril) no site da revista, que coloca o presidente Lula no topo dos líderes mundiais. Não se trata só de ser um dos mais influentes, mas de ser, segundo a pesquisa que fizeram, o líder mais influente.
Segundo o cineasta Michael Moore, que se encarregou de elaborar um perfil do presidente para a revista, "Lula é um autêntico filho da classe trabalhadora latino-americana, que esteve preso uma vez por liderar uma greve". Moore ainda destacou as conquistas de Lula para levar o seu país "ao Primeiro Mundo". Acho que Lula tem méritos pessoais para todo esse frisson criado em torno de sua figura, mas é preciso destacar que ele faz parte de um conjunto de forças que ganhou peso em função do momento histórico no qual está subsumido. Esse conunto de forças aponta para uma inflexão nas diretrizes políticas hegemônicas nas décadas 1980 / 1990. O sucesso de Lula deve-se, em parte, a uma obviedade que salta aos olhos: o processo de acumulação leva inexoravelmente milhões de pessoas ao empobrecimento e a exclusão. Lula, nesse sentido, tornou-se um atenuador da miserabilidade criada pelas chamadas políticas neo-liberais. A extrema esquerda (sim, ela ainda existe) acha isso um crime tão grave quanto ser um neo-liberal. Enfim... parece que milhões de brasileiros e mais um tanto de milhões no mundo não pensam assim.
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