Ao sair do cinema tive a seguinte sensação: ler Manoel de Barros não é perder tempo. Aliás, sua literatura não tem nada a ver com o tempo, para que possamos perdê-lo. Ler Manoel é estar de modo de eternidade. É estar circunstanciado de nada, e estabelecer inutilidades. Foi com uma sensação de eternidade que saí do documentário "só dez por cento é verdade", que trata do "ser letral" do poeta Manoel de Barros. Certa feita (mas isso não aparece no documentário) o grande poeta Carlos Drummond disse que o maior poeta vivo brasileiro era o Manoel de Barros. Ele disse isso no momento em todos diziam que o maior poeta brasileiro era ele, Drummond.
O documentário capta a atmosfera "manoelina", e o poeta aparece muito a vontade, com seu bom humor peculiar. É um filme para ver, rever e se ver nele. Refletir sobre a linguagem e o tempo, apesar de que a obra do poeta não propõem reflexão, pois como ele mesmo diz, sua obra é de poesia e não de filosofia. É obra pra se abismar, se perder, e se reencontrar do outro lado da margem do ser.
Bom, pensando bem, a obra do mestre Manoel de Barros é toda uma filosofia, ainda que não seja...
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Só dez por cento é mentira - documentário sobre o ser letral de Manoel de Barros
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Manoel de Barros
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