Dando uma passeada pela blogsfera, dei uma passada no blog Mundo Fantasmo, animado pelo escritor e compositor Bráulio Tavares. Lá encontrei, entre tantas coisas interessantes, uma discussão acerca do tema "propostas irrecusáveis". A questão colocada é: "o que acontece quando um sujeito absolutamente honesto recebe uma proposta (desonesta) irrecusável? É, sem dúvida, uma questão embaraçosa, e certamente mais verossímel do que aquelas construções congêneres do tipo: "o que acontece quando uma força irresistível encontra uma barreira intransponível?" Nessa última estamos lidando com um universo objetivo, no qual, os termos que o representa estão em franca contradição; o que não acontece no primeiro caso, no qual o universo subjetivo dá margem para que as coisas não tenham assim tanta nitidez. Nesses campos, digamos, as coisas tendem a ser mais nuançadas, com zonas de sombras e interseções diversas.
Mas toda essa discussão me faz lembrar uma historinha que me foi contada pelo meu amigo Antonio Augusto Fontes, sobre o jornalista Assis Chateaubriand. A história é mais ou menos a seguinte: o ilustre jornalista estava em uma festa e viu uma mulher muito bonita, a qual despertou nele um desejo sexual incontrolável. Ele então procurou um acessor que, transformado em emissário, foi ao encontro da mulher fazer uma "proposta irrecusável". Tratava-se de uma soma em dinheiro que era realmente difícil de não ser aceita, ainda mais levando-se em conta que era só para uma noite. Ela topou, e daí o acessor apresentou um ao outro e a conversa fluiu. Acontece que lá pras tantas, o jornalista mencionou a metade da quantia antes oferecida pelo acessor, o que fez a mulher ter o semblante transformado e por fim dizer pra ele: "você está pensando que eu sou que??" No que prontamente teria respondido Chateaubriand: "o que a senhora é já sabemos, agora é só uma questão de preço". Pois é, este parece ser um caso em que a quantidade (dinheiro) consegue alterar a qualidade (o ser ou não ser da mulher).
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
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